domingo, 25 de setembro de 2011

"Solucionamos melhor os problemas que não são nossos"



Pesquisadores da Universidade de Nova York, entre eles, Evan Polman e Kyle Enick, realizaram uma série de testes e descobriram que somos mais criativos quando temos de resolver problemas dos outros. Tudo por causa da chamada distância social.

Anteriormente pesquisadores já haviam demonstrado que uma maior distancia temporal e física nos ajuda a pensar de forma mais abstrata. Assim, conseguimos solucionar mais facilmente um problema quando imaginamos confrontados por eles em um lugar distante e em um tempo futuro. Agora, Polman e Emich descobriram que a distancia social pode ter o mesmo benefício psicológico.

O estudo foi realizado com centenas de voluntários e realizado em várias etapas. Na primeira, os participantes tiveram que desenhar alienígenas para estórias que eles mesmos escreviam e para estórias dos outros.

Os desenhos mais criativos foram aqueles feitos para as tramas alheias. Em outra etapa, os cientistas testaram a distancia psicológica. Descobriu-se que é mais fácil ter idéias para completos desconhecidos do que para pessoas que tem alguma coisa em comum com você. (a mesma data de nascimento, por exemplo.)

Depois, o pessoal teve que resolver um desafio hipotético de escapar de uma torre. Os voluntários que imaginavam a si mesmos na situação, tiveram 48% de sucesso. Quando pensavam que o problema eram com os outros, a porcentagem chegou a 66%. E as soluções criadas também foram mais criativas nesse caso.

A descoberta da eficiência da distancia psicológica foi comemorada. "Saber disso é valioso não apenas para os pesquisadores em psicologia social, tomada de decisão, marketing e gestão, mas também deve ser de interesse considerável para os negociadores, gerentes, designer de produtos, marketing e anunciantes, entre muitos outros", disseram eles.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

"A área cerebral para julgar e punir são distintas."



Segundo uma pesquisa publicada pela revista científica Neuron, a elaboração do processo de julgar e punir, ocorrem em duas áreas distintas: uma ligada a análise lógica e racionais e outra vinculada às emoções.

Um grupo de pesquisa, composto por juristas e neurocientistas da Universidade Vanderbult, no Tennessee, mostrou diversas reconstituições de crimes e explicou para os voluntários o delito cometido, as condições sócio-ambientais e as relações entre as pessoas envolvidas. Com base nessas informações, os participantes deveriam dar seu veredicto e indicar uma punição que variava de zero (nenhuma), a nove (máxima). Enquanto isso, tinham o cérebro monitorado por meio de Ressonância Magnética Funcional (fMRI). Após avaliar os resultados, os pesquisadores observaram que o córtex pré-frontal dorsolateral direito, ligado ao pensamento analítico, fora ativado quando as pessoas estavam pensando sobre a culpa do acusado- e quanto mais os voluntários acreditavam que o réu realmente havia cometido o crime, mais intensa era a ativação. Na hora de determinar a punição, porém foram acionadas a amígdala e o córtex cingulado, região normalmente acessadas quando as pessoas se sentem injustiçadas- o que mostra sua tendência a se identificar com a situação.

A conclusão indica que os julgamentos não são feitos de forma completamente racional, o que pode alterar o desfecho de uma situação, dependendo o grau de empatia que o juíz sente pelo réu.

sábado, 17 de setembro de 2011

" Cientistas descobrem características da depressão psicótica"



Um grupo de pesquisadores coordenado pela médica Cristina Marta Del Bem, do Departamento de Neurociência e Comportamento da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo, fizeram a correlação entre dados de neuroimagem e testes clínicos, e dão os primeiros passos para definir as diferenças clínicas e biológicas entre Depressão Psicótica e Não Psicótica.

O estudo foi realizado com 23 voluntários com Depressão Psicótica, 25 co Depressão Não Psicótica e 29 saudáveis. Os participantes foram submetidos a exames de neuroimagem, a avaliação clínica e a testes de memória verbal e visual.

Foi observado que embora todos os participantes apresentassem o mesmo grau de depressão, os com manifestações psicóticas prestaram mais atenção às imagens negativas ou às expressões de tristeza. "Eles não percebiam estímulos positivos que já havia sido visto ou acreditavam se lembrar de imagens negativas que, na realidade não tinham sido mostradas anteriormente. É como se eles apresentassem um viés para o que é ruim.", ressalta Cristina. Os exames físicos mostraram que os voluntários com Depressão Psicótica apresentaram, ainda, alterações do volume cerebral, notadas principalmente pela diminuição do istmo do giro do cíngulo, uma estrutura que faz parte do sistema límbico e é responsável pelas emoções.

Segundo os estudiosos, essa redução diferencia claramente os dois casos de Depressão estudados na pesquisa. Além disso, quanto mais grave o caso psicótico, menor era a região.

Os cientistas acreditam que o trabalho possa ajudar a descobrir até que ponto a Depressão com psicose pode estar ligada à percepção distorcida de um estímulo externo. "É uma hipótese que estamos levantando. A possibilidade de uma distorção na forma de ver estímulos externos é, a princípio, coerente com a percepção de delírios e alucinações", reforça Cristina.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

"Para evitar sofrimento, o cérebro manipula lembranças".



Segundo um estudo publicado pelo Journal of Experimental Psychology, lembramos experiências desagradáveis com mais intensidade se sabemos que a situação poderá se repetir.

Pesquisadores da Universidade Carnegie Mellon, na Pensylvânia, a da Universidade de Nova York, desenvolveram 7 experimentos para avaliar como os planos das pessoas moldam suas recordações. Em um dos testes 30 voluntários foram expostos ao ruído de um aspirador de pó por 40segundos.

Em seguida os pesquisadores disseram a 20 participantes que o estudo seria repetido. Aos demais foi informado que o trabalho havia terminado.

Após essas orientações os voluntários deveriam classificar seu nível de irritação em relação ao ruído. Todos os que esperavam ouvir o barulho de novo o consideraram mais desagradável. Os outros 6 experimentos, que também envolveram estímulos incômodos, levaram os mesmos resultados.

O psicólogo comportamental Jeff galak, da Universidade Carnegie Mellon, sugere que essa forma negativa de evocar um acontecimento, seja uma maneira de amenizar o sofrimento futuro. Os pesquisadores acreditam que entender esses mecanismos pode ajudar em casos de transtorno de stress pós-traumático.

sábado, 3 de setembro de 2011

" Doença de Alzheimer pode ser diagnosticada mais cedo"



Pesquisas discutidas na última Conferência Internacional da Associação Americana de Alzheimer são as novas promessas para o diagnóstico cada vez mais precoce da doença. Os estudos apresentam testes que consistem em detectar uma proteína na cérebro ou no sangue e em medir a largura de vasos sanguíneos na retina. Uma conclusão antecipada garante um tratamento mais eficaz, a ponto de retardar e até mesmo reverter a progressão do mal.

"As análises detectam alterações que ocorrem no cérebro do paciente. Antes havia apenas a ressonância magnética e a tomografia por emissão de pósitrons(PET). A tendência é que os resultados sejam conhecidos de forma bem mais rápida e, consequentemente, tenhamos mais sucesso nas ações contra os efeitos degenerativos", afirma a Dra. Sonia Brucki, vice-diretora do Departamento de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia.

Outro teste que pode gerar um diagnóstico antecipado se encontra em processo de aprovação na Agência Americana para o controle de Alimentos e Remédios (FDA). Consiste em injetar no sangue um contraste que, por meio de tomografia, torna visíveis as placas da proteína beta-amilóide, que é tida como responsável por desencadear a doença- a ciência ainda não tem conhecimento do verdadeiro causador desse mal.