domingo, 30 de janeiro de 2011

"Enxaqueca pode ser causada por gene defeituoso."


Segundo um estudo publicado na Revista Nature Medicine e realizada por uma equipe de especialistas de diferentes países, um gene defeituoso pode ser a causa das dores de cabeça características da enxaqueca.
O mau funcionamento de um gene conhecido como Tresk faz com que fatores do ambiente ativem áreas do cérebro que controlam a dor, causando a enxaqueca.
O estudo foi realizado através de amostras de DNA de pessoas que sofrem da doença e seus familiares.
Segundo Zamcel Cader, da Universidade de Oxford, o gene Tresk estava inativo nos pacientes, o que causava a enxaqueca.
"O que nós queremos é encontrar um remédio que ative o gene", disse Cader à BBC. "O que nós descobrimos é que a enxaqueca parece depender do quão estimuláveis são os neurônios em partes específicas do cérebro".
O médico Aarno Palotie, do Wellcome Trust Sanger Institute, diz que a descoberta "abre avenidas para se planejar novas pesquisas que poderão, então, levar a novos tratamentos, mas certamente esse será um longo caminho".

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

"Há uma verdade científica no dito popular: Você nunca terá uma segunda chance para causar uma primeira impressão."


Uma pesquisa envolvendo psicólogos do Canadá, Bélgica e Estados Unidos, sugerem que novas experiências que contradizem uma primeira impressão tornam-se ligadas ao contexto em que ocorreram.
Desta forma, as novas experiências influenciam as reações das pessoas somente nesse caso particular,ao passo que as primeiras impressões mantém seu domínio sobre todos os demais contextos.
Bentram Gawronski, da Universidade de Western Ontário,dá a seguinte explicação: "Imagine que você receba um novo colega de trabalho e a sua impressão inicial daquela pessoa não seja muito favorável. Algumas semanas depois, você encontra seu colega em uma festa e percebe que ele é na verdade um cara muito legal. Embora você saiba que a sua primeira impressão estava errada, sua reação ao novo colega, será influenciada pela sua nova experiência, apenas em contextos que sejam semelhantes ao da festa. No entanto, a sua primeira impressão continuará a dominar em todos os outros contextos".
Segundo a equipe,nosso cérebro armazena experiências que contestam nossa expectativa como excessões à regra, de tal forma que a regra é considerada válida,exceto para o contexto específico em que ela foi violada.
No exemplo anterior,a regra subconsciente criada em seu cérebro pela primeira impressão é que o seu novo colega não é grande coisa. Depois da festa,é como se o seu cérebro atualizasse a informação da seguinte forma: "o sujeito não é grande coisa,exceto em festas."
Segundo Gawronski, para essa informação ser alterada, "é necessário que a primeira impressão seja questionada em vários contextos diferentes. Nesse caso, as novas experiências ficarão descontextualizadas e a primeira impressão lentamente irá perdendo sua forca."

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

"Pesquisa busca saber, cientificamente, o limite do uso de álcool no Brasil".


A Escola Nacional de Saúde Pública, da Fiocruz, está realizando uma pesquisa com o objetivo de descobrir a menor concentração de álcool consumido pelo indivíduo, capaz de induzir efeitos clínicos e psicocomportamentais importantes.
Um dos objetivos do trabalho é orientar a reformulação de lei 11.705/08, que estabelece um limite mínimo de tolerância da concentração de álcool no sangue, já que, segundo eles, os limites adotados pela lei, "não possuem embasamento científico".
O estudo será realizado através de 400 pessoas, entre homens e mulheres, com Índice de Massa Corpórea (IMC), considerado normal e obesos, que foram divididos em 2 faixas etárias: entre 20, 40 e 60 anos.
"Os participantes ingerem álcool (cerveja, por ser bastante popular no Brasil), em condições controladas e nós fazemos coletas de sangue e urina para exames clínicos e também realizamos exames neurocomportamentais e psicotécnicos".
"Assim, vamos poder estabelecer qual é a menor concentração de etanol que leva um indivíduo a ter prejuízo cognitivo, como nos seus reflexos e na sua capacidade motora, por exemplo", explicou Arthur de Mello Prates, responsável pela pesquisa.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

"A auto-estima está mais valorizada pelos jovens do que o sexo."


Uma pesquisa realizada na Universidade do estado de Ohio,nos Estados Unidos,demonstra que os estudantes universitários valorizam um aumento na sua auto-estima mais do que qualquer outra atividade agradável.
Entre as atividades colocadas em segundo plano, em nome do aumento da auto-estima, estão o sexo, as comidas favoritas, o álcool, encontrar o melhor amigo ou receber uma quantia em dinheiro.
O estudo deverá ser publicado na nova edicão do Journal of Personality,e contou com a participação de Scott Moeller e Jennifer Crocker.O principal autor da equipe de pesquisadores, Brad Bushman, comentou: "É surpreendente como o desejo de se sentir valoroso e digno,bate praticamente qualquer outra atividade agradável que você possa imaginar."
Em dois estudo,os pesquisadores perguntaram a estudantes universitários, quanto eles desejavam e quanto eles gostavam de várias atividades prazerosas,como a sua comida favorita ou encontrar com seu melhor amigo -eles davam notas de 1 a 5 para a intensidade de seus desejos.
Entre os ítens que constavam nas opções estavam experiências que elevam a auto-estima, tais como tirar uma boa nota, ou receber um elogio.
"Descobrimos que a auto-estima superou todos os outros premios na mente desses estudantes universitários", conta Bushman.
O pesquisador afirma que não há nada de errado com um senso saudável de auto-estima.
Mas os resultados deste estudo sugerem que muitos jovens podem estar centrados demais em reforçar sua auto-estima.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

"Realizar tarefas sob pressão sobrecarrega o sistema imunológico".


Psicólogos da Universidade da Califórnia, em Irwine, nos Estados Unidos, descobriram que realizar tarefas sob pressão (principalmente com o medo do julgamento do que os outros possam pensar a nosso respeito), diminui a liberação de substâncias que evitam infecções. Esse estudo foi publicado na Psychological Science.
Para compreender melhor essa relação, pesquisadores coordenados pela psicóloga social Sally Dickerson pediram a um grupo de voluntários em busca de emprego que usassem apenas 5 minutos para preparar um pequeno discurso, onde deveriam esclarecer por que preenchiam perfeitamente as exigências do emprego ao qual haviam se candidatado. Em seguida, foram submetidos a um curto teste de matemática. Metade dos participantes resolveu as duas atividades com privacidade, enquanto o restante realizou as atividades sob o olhar crítico e atento de dois assistentes da coordenadora do experimento. Durante todo o período de teste, os pesquisadores aferiram a pressão arterial, a frequência cardíaca dos voluntários e, por fim , estes foram submetidos a exames de sangue.
Os participantes dos 2 grupos avaliaram o próprio grau de stress de forma semelhante. Mas quem teve que executar a tarefa sob a pressão do olhar do pesquisador produziu mais TNF-alfa, uma substância mensageira que participa de reações inflamatórias e regula a atividade de diversas células imunológicas. Além disso, os glicocorticóides, que inibem infecções, tiveram essa função prejudicada. Já o sistema imunológico daqueles que realizaram as provas sem serem observados manteve-se estável, apesar do stress inerente a situação.

domingo, 16 de janeiro de 2011

"As mulheres são mais vulneráveis ao uso do álcool em resposta a emoções negativas."


Resultados de pesquisas anteriores mostraram que beber demais é mais prejudicial para as mulheres, física e psicologicamente.
Um novo estudo realizado por pesquisadores da Rutgers, nos Estados Unidos, revelou que mulheres são mais propensas do que os homens a beberem em resposta à frustração ou mágoa.
"As mulheres metabolizam o álcool de maneira diferente dos homens, mas as diferenças não param por aí", disse a pesquisadora Elizabeth Epstein. "As mulheres são mais propensas que os homens a beber em resposta às "emoções negativas", como sentimentos de frustração ou mágoa. Eles são mais propensos a beber sozinhos e a procurar tratamento. A maioria das mulheres, em algum momento, escondem o seu grau de uso da bebida, e sentem que tem que esconder e mentir. Isso é um fardo terrível para as pessoas suportarem".
A boa notícia é que o tratamento eficaz está crescendo.
Antes de 1995, quase todas as pesquisas de tratamento de alcoolismo focavam em homens. Desde então, os pesquisadores começaram a examinar se as mulheres se beneficiam de abordagens únicas. Segundo Epstein, agora é claro que as mulheres se beneficiam de grupos de gênero único, o tratamento de problemas como depressão ou ansiedade, e tratamento adequado em torno de preocupações específicas biológicas e emocionais do sexo feminino.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

"Mensagens nas lágrimas".


Shani Gelstein e colaboradores publicaram no último número da Revista Science, um estudo onde existe uma demonstração que as lágrimas que derramamos quando estamos tristes, podem transmitir um sinal químico.
O significado funcional das lágrimas emocionais, que se acredita ser uma caracteristica única dos humanos, tem confundido os biólogos há anos.
As novas descobertas sugerem que a composição química das lágrimas emocionais é diferente da composição das lágrimas comuns, usadas pelo organismo para proteger os olhos da sujeira.
Em camundongos, as lágrimas contém substancias químicas específicas que transmitem sinais para outros animais, que sentem o seu cheiro.
Shani sustenta que nos humanos (o estudo foi realizado com mulheres) as lágrimas podem também conter um sinal químico que reduz os níveis de testosterona e de excitação sexual nos homens, ou seja, as lágrimas femininas diminuem o impulso sexual dos homens.
O estudo foi realizado com um pequeno grupo de voluntários, onde os homens cheiravam lágrimas recolhidas de mulheres que assistiam um filme triste, ou gotas de solução salina que foram postas para escorrer pelo rosto das mesmas mulheres.
Em experimento duplo-cego, os homens disseram que as lágrimas não tinham nenhum cheiro.
Mas os homens que cheiravam as lágrimas verdadeiras tenderam a achar menos atrativas sexualmente uma série de mulheres cujas fotografias foram mostradas a seguir.
Além disso, os homens que cheiraram as lágrimas também registraram quedas nos seus níveis de excitação fisiológica e na testosterona presente na saliva.
Por último, os homens que cheiraram as lágrimas das mulheres e, em seguida, assistiram a um filme - dentro de uma máquina de ressonância magnética- demonstraram menos atividade nas regiões do cérebro normalmente associadas com a excitação sexual.
Embora o estudo não tenha investigado lágrimas coletadas de homens e crianças, os pesquisadores especulam que elas também possam conter sinais químicos.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

"Estudo descobre forma de "reparo"da esclerose múltipla.


Um estudo publicado na Revista Nature Neuroscience, que foi realizada em ratos na Universidade de Cambridge e Edimburgo, na Escócia, identificou uma forma de estimular o sistema nervoso a regenerar-se nos casos de Esclerose Múltlipa.
A pesquisa identificou uma forma de ajudar as células-tronco no cérebro a reparar a camada de mielina, necessária para proteger as fibras nervosas.
Em cerca de 85% dos casos, os pacientes tem uma forma de esclerose múltipla chamada de recaída/remissão, na qual as "crises",que incapacitam a pessoa, são seguidas de uma recuperação de um nível da função física perdida. Nesta forma da doença, parece haver um reparo natural da mielina.
Mas cerca de 10% das pessoas são diagnosticadas com a forma progressiva da esclerose múltipla, na qual o declínio avança sem qualquer período de recuperação.
Além dessas pessoas, os pacientes da forma recaída/remissão da doença,também podem desenvolver a chamada esclerose múltipla progressiva secundária, que afeta o paciente da mesma forma que a progressiva. Os cientistas tem tentado desenvolver tratamento justamente para esses dois grupos.
No caso da Esclerose Múltipla a perda da camada de mielina, que funciona como uma camada de isolamento, leva o dano as fibras nervosas do cérebro. Estas fibras são importante por enviarem mensagens para outras partes do corpo.
A pesquisa identificou uma forma de estimular as células-tronco do cérebro para que elas regenerem estas fibras. E também mostraram como este mecanismo pode ser explorado para fazer com que as células-tronco do cérebro melhorem sua capacidade de regeneração da mielina.
Com isso,os cientistas esperam poder ajudar a identificar os novos medicamentos que estimulam o reparo da mielina nos pacientes que sofrem com a doença. "Esta descoberta é muito animadora, pois pode abrir o caminho para elaborar medicamentos que vão ajudar a reparar o dano causado a camadas importantes que protegem as células nervosas no cérebro", afirmou o professor Charles ffrench-Constant, da Sociedade para pesquisa em Esclerose múltipla da Universidade de Edimburgo.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

"Estudo indica que o bilinguismo atrasa em até 5 anos a aparicão de sintomas do Alzheimer."


Um estudo realizado por cientistas do Instituto de Pesquisa Rotman, de Toronto, e publicado na última edição da revista médica "Neurology", indica que o bilinguismo pode ajudar a atrasar em até 5 anos a aparição dos sintomas de Alzheimer,o que confirmaria pesquisas anteriores.
Os pesquisadores recompilaram dados de 211 pacientes diagnosticados com provável Mal de Alzheimer, dos quais 1o2 eram bilingues e os 109 restantes falavam apenas um idioma.
"Averiguamos que os pacientes bilingues foram diagnosticados 4,3 anos mais tarde e que registraram a aparição de sintomas 5,1 anos depois que os pacientes com um só idioma", assinalaram os pesquisadores.
Os dois grupos foram equivalentes em termos de níveis cognitivos e de ocupação,mas os pacientes com um só idioma,em geral receberam mais educação formal. Os cientistas também determinaram que não havia diferenças entre os pacientes de diferentes sexos.
Após a análise da informação recompilada,os pesquisadores assinalaram que os dados "confirmaram resultados de um estudo prévio e, portanto, concluímos que uma vida de bilinguismo protege contra a aparição do Alzheimer".
O estudo mostra que o bilinguismo não previne a aparição do Alzheimer,mas parece compensar parcialmente a perda de capacidades cerebrais causadas pela doença.
"O bilinguismo parece contribuir para a reserva cognitiva, que atua compensando os efeitos da neuropatologia acumulada",explicaram os pesquisadores.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

"Cientista desenvolvem vacina contra o alcoolismo."


Pesquisadores da Universidade do Chile trabalham no desenvolvimento de uma vacina contra o alcoolismo.A vacina é baseada em uma mutação genética presente em 20% da população asiática, divulgou o coordenador do estudo, Juan Asenjo.
Juan, explicou que essa parte da população da Ásia, sofre consequencias tão severas ao consumir álcool, que isso inibe seu vício, isso aconteceria pois eles não possuem um gene que produz a enzima "aldeído desidrogenase", que metaboliza o álcool no organismo. Sem essa enzima,ao beber "ocorre uma reação tão forte que as pessoas não tomam o álcool", explicou.
A vacina consiste em induzir a mutação nas células do fígado através de um vírus que transmite esta informação genética. Atua sob o mesmo princípio sobre o qual são elaborados os parches e remédios utilizados para controlar o vício do álcool, mas sua eficácia seria maior porque, diferentemente das fórmulas anteriores, não depende da vontade do paciente e tem menos efeitos colaterais.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

"Vacina bloqueia, em animais,o prazer da cocaína."


Cientistas financiados pelo Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas, testaram uma nova vacina em animais, que provou ser eficaz para combater o prazer causado pela droga.
Os pesquisadores, nos Estados Unidos, combinaram partes de um vírus de resfriado com partículas que imitam cocaína.
O resultado foi um composto que induz o sistema imunológico a combater o princípio ativo da droga antes que chegue ao cérebro, inibindo o prazer. Os pesquisadores usaram ratos como cobaias. Nesses animais, o efeito da vacina durou 13 semanas.
A expectativa dos pesquisadores é que a vacina seja eficaz para quem já é viciado e esteja tentando parar de utilizar a droga. "Os dados mostram que podemos proteger ratos dos efeitos da cocaína, e achamos que o mesmo procedimento pode ser promissor para tratar a dependência de cocaína em humanos", diz o líder da pesquisa, Ronald G. Crystal, da Faculdade de Medicina Weill Cornell.
Segundo o médico, atualmente não há vacinas contra nenhum tipo de dependência química nos Estados Unidos. Existem, no entanto, outras tentativas de criar uma vacina contra a cocaína, mas esta é a primeira vez que se consegue algo que não seja caro e com múltiplas aplicações, fazendo com que seja simples o caminho para o próximo passo: testar o remédio em humanos. Não há data para esta nova etapa.
"Se as pessoas usarem cocaína , a resposta imunológica vai destruir a droga antes que que ela alcance o centro do prazer no cérebro", diz Crystal.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

"A alfabetização promove reorganização do cérebro, mesmo na idade adulta."


Uma pesquisa coordenada pela neurocientista Lúcia Willadino Braga, pós-doutorada no Hospital de la Piteé-Salpêtriere, na França, constata que a alfabetização reorganiza o cérebro mesmo quando a pessoa aprendem a ler já adulta.
Cientistas compararam a atividade cerebral de analfabetos com a de alfabetizados e verificaram que aprender a ler altera funções do córtex.
O córtex visual reorganiza-se quando a pessoa aprende a ler por meio de uma "competição" entre a atividade nova de leitura e as atividades mais antigas de reconhecimento de faces e de objetos. Durante a alfabetização, as respostas às faces diminui levemente à medida que a competência para a leitura aumenta na área visual do hemisfério esquerdo. Ou seja, a ativação às faces desloca-se parcialmente para o hemisfério direito. Não se sabe ainda, se essa competição tem consequências funcionais para o reconhecimento ou a memória de faces.
No caso dos analfabetos, essa área visual do hemisfério esquerdo, que nos leitores descodifica as palavras escritas, só controla o reconhecimento visual de objetos e faces.
O estudo analisou a ressonância magnética funcional a atividade cerebral na totalidade do córtex de 41 voluntários brasileiros e 22 portugueses. Do total de 63 participantes, 10 eram analfabetos, 22 foram alfabetizadas na idade adulta e 31 na infância. Eles foram submetidos a uma bateria de estímulos, como frases faladas e escritas, palavras faladas, rostos e objetos.
Como a maioria dos efeitos do aprendizado da leitura no córtex cerebral é visível, tanto nas pessoas escolarizadas na infância, quanto nas que foram alfabetizadas na idade adulta. O grupo concluiu que os circuitos da leitura permanecem plásticos durante toda a vida.
Como a escrita é invenção relativamente recente na história da humanidade, não é possível afirmar que tenham influenciado a evolução genética do cérebro humano. "O seu aprendizado pode originar-se na reciclagem de regiões cerebrais pré-existentes e reservadas a outras funções, porém suficientemente plásticas para passar a dedicar-se à identificação dos sinais escritos e a sua ligação com a linguagem falada", diz Lúcia.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

"Pessoas que conseguem se imaginar no futuro, tomam decisões financeiras com maior cautela e economizam mais."


Pesquisas sugerem que quanto mais uma pessoa sente que seu "futuro eu" se parece consigo mesmo, mais se preocupa em poupar dinheiro.
Um estudo realizado pela psicóloga Emily Pronin, pesquisadora da Universidade de Princeton, mostrou que ao tomarmos decisões geralmente tratamos o futuro eu da mesma forma que faríamos com outra pessoa. Por exemplo: os voluntários costumavam se esquivar do cumprimento de tarefas desagradáveis, apesar de necessárias, quando tinham de faze-la, exatamente naquele momento. Mas se eram requisitados para cumprir exatamente a mesma tarefa, desde que precisassem faze-lo alguns meses ou até um ano depois, se mostravam mais dispostos a colaborar - curiosamente, como se imaginassem que outra pessoa estaria em seu lugar.
Um experimento realizado pelos psicólogos Hal Ersner-Hershfield e Brian Knutson, da Universidade Stanford, revela que a "distância" a que acreditamos estar de nosso "futuro eu", varia de um indivíduo para outro. Para chegar a essa conclusão os cientistas pediram aos voluntários que pensassem em si mesmo no presente e após alguns anos, enquanto eram submetidos a um exame de Ressoanância Magnética Funcional.
Estudos anteriores haviam mostrado que uma área específica do cérebro, o córtex cingular anterior, é ativada quando pensamos em nós mesmos. O estudo mostrou que essa região entra em maior atividade quando pensamos em nós mesmos no agora, em comparação ao que ocorre quando nos imaginamos daqui a dez anos à frente, por exemplo.
Os pesquisadores observaram alterações no padrão de atividade cerebral de alguns participantes, sugerindo que se viam, no futuro, mais como "seu próprio eu" que como "outra pessoa".
Em seguida foi pedido a cada voluntário que escolhesse entre receber determinada quantia de dinheiro para levar imediatamente ou um valor maior que seria entregue depois de um tempo. Os questionamentos mais frequentes levavam em conta se compensaria esperar para receber um montante maior. Pessoas que ao pensar no seu self no presente e no futuro apresentavam menor variação da atividade cerebral, respondiam que precisavam de menos dinheiro imediatamente e acreditavam que a espera valia a pena.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

"Começa a ser desvendada a puberdade precoce nas meninas."


Há um mecanismo bioquímico delicado que informa ao cérebro que o organismo está pronto para reproduzir e que está sendo ativado precocemente, provavelmente associado a obesidade. Esta é uma primeira conclusão de um estudo coordenado pela neurocientista brasileira Carol Elias.
Depois de quase uma década de investigação, que começou no Brasil e terminou nos Estados Unidos, Carol e sua equipe identificaram a região cerebral que o hormônio leptina age, despertando o amadurecimento sexual. É o núcleo pré-mamilar ventral.
"Há um mecanismo bioquímico delicado que informa ao cérebro que o organismo está pronto para reproduzir", disse Carol, ex-professora da Universidade de São Paulo (USP) e atualmente na Universidade do Texas.
E quem dá este recado ao cérebro é a leptina, hormônio secretado pelas células de gordura, mais conhecido por despertar a sensação de saciedade e reduzir a fome.
O artigo foi publicado na Revista Journal of Clinical Investigation.
"É possível que as taxas mais elevadas de leptina em crianças obesas estejam estimulando regiões cerebrais que normalmente só seriam ativadas mais tarde", disse Carol.
"Agora que identificamos o grupo de células responsáveis por mediar a ação da leptina no início da puberdade teremos condições de desvendar os mecanismos celulares, genéticos e bioquímicos envolvidos nesta função", disse a pesquisadora.