quarta-feira, 30 de junho de 2010

"Sensações táteis tem influência sobre pensamentos e decisões."


Um estudo feito por pesquisadores da Universidade MIT e Harward, mostra que as impressões táteis podem influenciar os nossos pensamentos e nossas decisões.
"Nossa compreensão do mundo e do nosso ambiente social não é apenas um produto de nossas mentes. É um produto de nossos corpos também", explica o professor Joshua Ackerman, coordenador do estudo.
As conclusões foram tiradas de 6 experimentos diferentes, que mostram uma ampla variedade de modos por meio dos quais as sensações táteis podem afetar a tomada de decisão.
De julgamentos feitos no ambiente de trabalho até decisões sobre investimentos financeiros, "a informação tátil exerce uma influência muito ampla sobre a cognição, de uma forma da qual frequentemente não estamos conscientes", escrevem eles em seu artigo.
No primeiro teste, o da prancheta, os cientistas pediram a 54 pessoas que examinassem o currículo de um candidato a uma vaga de emprego. O currículo era colocado ora sobre uma prancheta leve, ora sobre uma prancheta pesada.
As pessoas que usaram as pranchetas pesadas viram o candidato como possuidor de um "interesse mais sério", na vaga de emprego do que aqueles cujos currículos estavam em pranchetas leves.
"As primeiras impressões são susceptíveis de serem influenciadas pelo ambiente tátil', escrevem os autores. Ackerman acrescenta: É um resultado surpreendente porque é muito simples".
Outro teste foi o chamado teste da poltrona. Eles pediram que 86 pessoas apresentassem duas propostas hipotéticas para comprar um carro, partindo de um preço de 16.500 dólares, com a segunda oferta feita no pressuposto de que a primeira tinha sido rejeitada.
A segunda oferta dos participantes que se sentaram em cadeiras almofadadas e macias foram 39% mais altas do que as feitas pelos participantes sentados em cadeiras duras.
Os autores acreditam que suas descobertas podem ter aplicações práticas no mundo dos negócios.
Entender como o ambiente influencia as percepções táteis pode ser relevante em qualquer situação onde você está tentando apresentar uma informação sobre si mesmo, ou onde uma pessoa está tentando influenciar os outros, diz Ackerman.

terça-feira, 29 de junho de 2010

"Menino autista estabelece comunicação através do computador".


O britânico Jamie Ponsonby não consegue falar e durante anos permanecem preso em seu próprio mundo. Sua família, porém, o ensinou a usar o teclado do computador à partir dos 9 anos de idade e hoje em dia o garoto de 13 anos, que sofre de autismo, consegue não apenas se expressar como também escrever poemas.
"Nós não tínhamos idéia de que havia uma pessoa lá dentro que sabia tudo", diz a mãe.
"Por meio da digitação nós descobrimos que ele sabe todo tipo de coisa. Ele está totalmente ciente de tudo, seu senso de humor está totalmente ali. Ele tem uma poesia linda, seus sentimentos e emoções são todos perfeitamente normais e acima da média para sua idade", explica Serena a mãe de Jamie.
O diretor de pesquisas da entidade beneficente Research Autism, Richard Mills, disse que os casos como o de Jamie são relativamente raros. Ele disse que a técnica usada pelos pais de Jamie para ajuda-lo a se comunicar - conhecida como comunicação facilitada- apesar de polêmica, tem mostrado bons resultados.
A comunicação facilitada consiste em apoiar a mão, o pulso ou o braço de uma pessoa com deficiência comunicativa, enquanto esta usa um teclado ou outro aparelho para formar frases.
"Nós sabemos que pessoas com autismo muitas vezes precisam de muito tempo de processamento. Eles precisam que as coisas sejam visuais, então palavras digitadas em um teclado tendem a funcionar melhor (do que outras formas de comunicação, como o uso da fala por exemplo)".
A mãe relata que após ler um livro sobre alguém que achava mais fácil digitar, apesar dela saber falar, achou que poderia ser um caminho diferente. "Começamos a estimula-lo digitar as palavras que ele sabia usar com sinais e fizemos progressos bem, bem lentos. Nós muitas vezes pensamos em desistir"
"Depois de alguns anos ele começou a ler placas e vimos que ele conseguia ler. Começamos a fazer perguntas e ele digitava todo tipo de coisa que nem sabíamos que ele conhecia", disse Serena.
Apesar do sucesso descrito pela família, a técnica da comunicação facilitada é citada por cientistas que questionam o grau de interferência dos responsáveis no momento de comunicação pelo teclado.

domingo, 27 de junho de 2010

"Existe uma relação entre pouco sono e a depressão em adolescentes".


Um estudo realizado pelo Centro Médico da Universidade de Columbia, em Nova York, analisou adolescentes entre 12 e 18 anos e concluiu que os que vão dormir após a meia-noite tem 24% mais chances de ter depressão do que os que dormem antes das 22 horas.
Entre os que dormem menos de 5 horas por noite, a chance de depressão é 71% maior do que entre os que descansam 8 horas.
A pesquisa, analisa dados de 15,5 mil adolescentes coletados na década de 90, foi publicada na revista especializada Sleep.
Um em cada 15 dos jovens analisados estava deprimido.
Além do risco alto de depressão, aqueles que iam dormir após a meia-noite tinham 20% mais chance de pensar em suicídio do que os que dormiam antes das 22 horas.
Entre os adolescentes que repousavam menos de 5 horas por noite, o risco de pensamentos suicidas era 48% maior.
A depressão e o pensamento suicida também foram encontrados com maior frequência em meninas, jovens mais velhos e entre os que tinham uma percepção menor de quanto seus pais se preocupavam com eles.
O coordenador do estudo, James Ganguwisch, disse que a falta de sono afeta as respostas emocionais do cérebro e leva a um estado de irritação que dificulta lidar com as dificuldades do dia-a- dia.
Essa irritação pode afetar o julgamento, a concentração e o controle dos impulsos.
"A quantidade adequada de sono pode então ser uma medida preventiva contra a depressão e um tratamento para a depressão", disse.

sábado, 26 de junho de 2010

"Mau colesterol deteriora a mente."


Pessoas expostas a altos níveis de colesterol LDL durante muitos anos, tem mais risco de apresentar deterioração cognitiva leve: perda de memória, da atenção, alteração da linguagem e e do estado de ânimo, como sugere um estudo espanhol publicado no "The American Journal of Medicine".
"Tudo que faz mal ao coração também o faz para o cérebro", explica Pedro Mata, um dos participantes da investigação.
Como indicam os autores , existe uma relação positiva entre os níveis elevados de colesterol LDL das pessoas com o citado transtorno genético e a deterioração cognitiva leve, que é uma fase prévia da Doença de Alzheimer.
Durante cinco anos, os especialistas estudaram 47 pacientes com hipercolesterolemia familiar e 70 pessoas sãs (grupo controle). Todos eram maiores de 50 anos e não apresentavam outros transtornos de risco vascular, como diabetes e hipertensão.
Foi visto que aqueles que apresentam a enfermidade genética, além do conhecido impacto vascular foram mais propensos a desenvolver uma deterioração cognitiva (21,3% mostrou indícios destas anomalias mentais, frente a 2,9% do grupo controle.)
"É certo que partimos de uma amostra muito pequena e é necessário que os resultados sejam reaplicados, mas os dados são impressionantes e indicam um risco sete vezes maior", reconhece Mata.

"Estudo demonstra como o sentimento de lealdade e justiça se desenvolve."


Cientistas da Noruega estudaram pela primeira vez, sobre questões de lealdade e justiça entre crianças e adolescentes. O estudo laça luz sobre como nossas percepções de justiça são afetadas tanto pelo ambiente social quanto pelos fatores biológicos, explica o professor Bertil Tungodden.
O estudo foi realizado através do comportamento de 500 jovens entre 11 e 19 anos de idade.
"Comparando o comportamento de diferentes faixas etárias, conseguimos estabelecer padrões claros de desenvolvimento. Em particular, o estudo mostra que, conforme as crianças crescem, elas acham cada vez mais justas as desigualdades oriundas das diferenças nas realizações individuais", continua o professor Tungodden.
No experimento as crianças trabalham em uma tarefa por 45 minutos. No final da sessão de trabalho, alguns tiveram sorte e receberam um preço alto por sua produção, enquanto outras não tiveram sorte e receberam um preço baixo.
Assim houve desigualdade como resultado tanto do volume de produção individual, quanto por sorte. Cada participante teve então que decidir como distribuir o total dos rendimentos entre si mesmo e os outros participantes. Assim eles tiveram que decidir quais as desigualdades eles achavam que eram justas.
"Aqui nós observamos um padrão muito interessante", diz o professor. "Embora quase nenhuma criança mais jovem tenha feito distinções entre a produção individual e a sorte, uma parte substancial dos mais velhos fez isso. Eles aceitaram as desigualdades que refletiam diferenças na produção individual, mas não as desigualdades que refletiam apenas sorte". Desta forma, os pesquisadores puderam estudar como o egoísmo se desenvolve na adolescência. Talvez de forma surpreendente, os resultados mostraram que o senso comum do adolescente egoísta não se sustenta.
"As crianças no final da adolescência cederam tanto quanto os mais jovens, tanto entre as meninas quanto entre aos meninos, desta forma o estudo demonstra claramente que a mudança mais fundamental na adolescência está relacionada ao modo como as crianças percebem a lealdade e a justiça, e não a importância que atribuem a elas", explica o professor Tungodden.

terça-feira, 22 de junho de 2010

"Pesquisa pode ajudar a evitar a depressão pós-parto."


Cientistas alemães acreditam ter encontrado a causa da melancolia que a maioria das mulheres sofre logo após o parto, e esperam que a descoberta contribua para um possível tratamento da depressão pós-parto.
Na primeira semana após dar a luz, cerca de 70% das mulheres sofrem da chamada "depressão pós-parto", com queixas que vão desde alteração de humor e ansiedade até falta de apetite e irritabilidade.
A maioria se recupera em pouco tempo, mas 13% das mães continuam apresentando os sintomas após os primeiros meses do nascimento do bebê, o que é considerado depressão pós-parto.
Pesquisadores do Instituto Max Planck de Ciências Humanas Cognitivas e Cerebrais, de Leipzig, na Alemanha, descobriram que uma queda brusca dos níveis de estrógeno logo após o parto libera uma enzima no cérebro que bloqueia as substâncias químicas responsáveis pelo bem estar. O estudo foi publicado na revista médica Arquives Of General Psychiatry.
Esta enzima (MAO-A), quebra os neurotransmissores serotonina, dopamina e noradrenalina, que além de serem responsáveis por transmitir os sinais entre as células nervosas, também influenciam nosso humor.
Se o funcionamento dos neurotransmissores é afetado, a pessoa inicialmente se sente triste e após certo tempo corre o risco de ficar deprimida.
A MAO-A foi encontrada em níveis 43% mais elevados em mulheres que acabaram de dar a luz, do que em um grupo de mulheres que teve filhos há bastante tempo, ou não tinham filhos.
Os níveis mais altos foram registrados no quinto dia após o parto, coincidindo com o dia em que o humor das mães está no ponto mais baixo.
Em termos de prevenção, temos que certas drogas podem ser usadas para diminuir os níveis desta enzima e aumentar os níveis das substâncias químicas quebradas por ela.
"Nossos resultados tem o potencial animador de prevenção da alteração de humor pós-parto. Isso pode ter um impacto na prevenção e no tratamento de depressão pós-parto no futuro", afirmou a coordenadora da pesquisa Julia Sacher.

Em época de Copa:"Stress prejudica o bom desempenho na cobrança de pênalti".


Uma pesquisa realizada no Instituto de Ciências Biomédicas (IBC) da USP, demonstra que em situações de cobrança de pênalti o stress afeta consideravelmente a resposta motora.
Na pesquisa Nelson Toshiyiki Miyamoto pediu para que voluntários executassem uma tarefa que simulava em computador alguns aspectos da cobranças de pênalti no futebol.
Os testes foram divididos em duas situações: voluntários sozinhos e sob pressão da torcida.
Nesta última condição, os voluntários não ultrapassavam 80% de aproveitamento, mesmo o goleiro dando pistas de que iria pular para um dos lados e o cobrador tendo tempo para escolher o lado para o qual chutar.
O pesquisador comenta que, nessa situação, o jogador passa por muito stress, atrapalhando não somente a sua concentração, como também a resposta do corpo para o momento decisivo. "Na situação com stress, o jogador acaba pensando nas consequências de um erro. Inconscientemente, faz uma programação motora inadequada. Na hora de executar, acaba chutando de uma forma errada".
Outra reação que pode ocorrer nas cobranças de pênalti é a tentativa de mudar de lado do chute quando próximo do contato com a bola. Porém, isto só é possível antes de atingir o chamado ponto de não retorno, diz Miyamoto:" o ponto de não retorno é o ponto à partir do qual o cobrador do pênalti não consegue mais modificar a programação motora. O cérebro disparou a programação que vai executar e o jogador não consegue mais mudar a direção do chute."
O pesquisador destaca também que o resultado final dos testes coincidiu com a média de erros em cobrança de pênalti de campeonatos oficiais ao redor do mundo, que está entre 25 e 30%.

sábado, 12 de junho de 2010

"Cientistas criam neurônios totalmente funcionais."


Acaba de ser publicado na revista Plos Biology, uma pesquisa realizada por cientistas alemães, que representa uma nova rota de pesquisa em busca de tratamentos de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer, e para o tratamento e recuperação de ocorrências como os derrames.
"Conseguimos reprogramar os neurônios recém-criados ao ponto de eles poderem gerar sinapses funcionais. Eles liberam- dependendo do fator de transcrição utilizado- ou substâncias neurotransmissoras excitatórias ou inibitórias", explica o Dr. Christophe Heinrichs, coordenador do estudo.
"Nossas descobertas alimentam a esperança de que a barreira que separa as células astrogliais e as células neuronais- intimamente relacionadas como são- não é uma barreira intransponível", acrescenta Dr. Berninger.
Isso poderá abrir novos caminhos para a reparação de danos neuronais, decorrentes de doenças neurodegenerativas por exemplo.

terça-feira, 1 de junho de 2010

"O ócio positivo: é preciso descansar para lembrar."


Um estudo publicado na revista Neuron, acaba de mostrar que além da relação entre sono e memória, já bastante conhecida, o descanso, enquanto se está acordado, também é importante para a formação de lembranças.
Através de Ressonância Magnética Funcional, pesquisadores da Universidade de Nova York, observaram o cérebro de voluntários e perceberam que um período curto de ócio aumentou a capacidade de recordar imagens que haviam sido apresentadas anteriormente numa tarefa de memorização. O teste revelou que, enquanto os participantes descansavam, houve grande interação entre o hipocampo e o córtex cerebral, o que é fundamental para a consolidação das memórias.