Todas as pessoas passam por momentos de total distração, quando parecemos flutuar no espaço e acabamos tropeçando em algo que está em nosso caminho. Isso é o que os pesquisadores chamam de "cegueira não intencional", uma incapacidade momentânea de perceber objetos à nossa volta.
Pesquisadores da Universidade de Washington resolveram testar a teoria da" cegueira não intencional" quando as pessoas estão às voltas com algo um pouco mais intencional do que uma distração fortuita: o uso do telefone celular.
A pesquisa acompanhou casos reais de pessoas que estavam usando seus telefones celulares no seu dia a dia. Ao identificar as pessoas nas ruas, já usando os celulares, os pesquisadores faziam com que um palhaço passasse à sua frente, andando em um monociclo.
Apenas 25% das pessoas que estavam usando o celular perceberam a passagem do palhaço bem à sua frente.
Os usuários de celulares foram os mais distraídos de todos os grupos, que incluíram pessoas ouvindo iPod, casais conversando e pessoas andando sozinhas, sem o uso de nenhum aparelho. As pessoas que andavam sozinhas perceberam a passagem do palhaço em pouco mais de 50% das ocasiões.
Em outros testes, os pesquisadores detectaram que os usuários de celulares tem dificuldade de desempenhar adequadamente mesmo as tarefas mais simples, como andar normalmente, algo que exige muito poucos recursos cognitivos.
Ao usar o celular as pessoas andam mais lentamente, mudam de direção mais frequentemente, saem do seu caminho e só muito raramente percebem outras pessoas ao seu lado.
"Se as pessoas tem dificuldade de andar quando usam celular, imagine o que isto significa quando elas estão dirigindo. As pessoas não devem dirigir falando ao celular", diz a Dra. Ira E. Hyman, coordenadora do estudo, que será publicado no próximo exemplar do jornal,"Applied Cognitive Psychology."
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