Um estudo publicado na "Science Translational Medicine", demonstra que ficar uma noite sem dormir, causa um impacto menor no rendimento e na atenção, do que dormir menos de 6 horas por dia durante duas semanas.
No estudo liderado por Daniel A. Cohen, do Brigham and Women's Hospital, em Boston, nos EUA, foram avaliados dados diários de 9 homens e mulheres saudáveis, com idade entre 21 e 34 anos. Os voluntários foram submetidos a um programa de 3 semanas de sono/vigília que os obrigava a permanecer despertos 33horas e descansarem 10horas.
Esta rotina de privação cronica de sono, simula, por exemplo, o horário típico de um policial ou médico que trabalha nos serviços de emergência, pois os participantes dormiam apenas 5,6 horas a cada período de 24h. O grupo controle, dormia um horário mais "normal" 8 horas diárias.
Os pesquisadores verificaram que, imediatamente após o período de sono de 10 horas, os participantes privados de sono, apresentavam um rendimento dentro dos parâmetros normais nos testes de avaliação da função cognitiva e tempo de reação. Contudo, à medida que o estudo avançava, começou a diminuir a capacidade dos participantes crônicamente privados de sono, de recuperar a função cognitiva com as 10 horas de sono.
As capacidades motoras, de concentração e atenção, e a capacidade de permanecer alerta, debilitavam-se no período subsequente às 33 horas de vigília.
O estudo lança um alerta aos profissionais cujas atividades requerem atenção contínua, mas nas quais há o hábito de dormir pouco ou de trabalhar à noite.
"Essas pessoas precisam entender que menos de 6 horas diárias de sono por mais de 2 semanas, causam um impacto muito maior no desempenho do que uma noite passada em claro(...), e não se recupera durante 1 ou 2 dias", afirma Daniel Cohen.
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