segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

"Jogo patológico."


Ficar num emprego estável que paga mal ou aceitar uma proposta financeiramente mais atraente sem benefício da estabilidade? Deixar a economias rendendo juros microscópicos na caderneta de poupança ou investir no sedutor porém arriscado, mercado de ações? Psicólogos da Universidade da Califórnia em Berkeley mostraram como o grau de aversão ao risco se reflete no padrão de atividade cerebral revelado pela ressônancia magnética funcional. Pessoas que apresentam maior sensibilidade neural às perdas do que aos ganham são as mais conservadoras. Já os indivíduos cujo cérebro responde mais aos lucros que aos prejuízos se arriscam mais e são mais predispostos do jogo patológico", explica o psicólogo Craig Fox, co-autor do estudo.
Participaram da pesquisa 16 pessoas, que tinham que aceitar ou não o convite para mais de 250 jogos com diferentes graus de risco. Enquanto refletiam sobre a proposta, tinham o cérebro monitorado. Como esperado, as respostas variam muito entre os voluntários. As imagens revelam que nas pessoas com baixa aversão ao risco, a possibilidade de lucro ativava circuitos cerebrais ligados à recompensa, os mesmos envolvidos na dependência de drogas como álcool e cocaína. Além disso, mesmo quando a possibilidade de prejuízo era grande, estruturas ligadas ao medo e a ansiedade não foram ativadas nesse grupo. Por outro lado, indivíduos mais intolerantes aos riscos apresentavam pouca resposta das áreas de recompensa quando ganhos potenciais eram cogitados e alta atividade dos centros do medo ao menor sinal de prejuízo. Publicado na Scence, esse é o primeiro estudo a mostrar evidências neurofisiológicas de um modelo comportamental de tomada de decisão que vigora a meio século. Segundo Fox, os resultados devem ajudar no desenvolvimento de intervenções mais eficazes para o jogo compulsivo.

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