quarta-feira, 21 de outubro de 2009

"O ato de comprar e a neurociências".


Já há alguns anos, muitas empresas norte-americanas e japonesas, espalham perfume pelas suas lojas com o objetivo de atrair e fidelizar clientes.
O exemplo da Singapor Airlines, sempre é lembrado no mundo do marketing, pois criou uma fragrância própria, um odor oriental, e o vaporizavam em todas as suas agências de viagem. Esta técnica de utilização de odores é igualmente usadas pelos luxuosos hotéis Hilton e Sheraton, pelos restaurantes Hard Rock, por diversas marcas de automóveis, e por produtoras cinematográficas, como a Disney e a Paramount, e isso se espalhou por todo o mundo.
Também nos EUA, muitos centros comerciais usam maiores concentrações de oxigênio, de modo a aumentar a sensação de bem estar e euforia dos clientes, conduzindo-os a comprar por impulso.
Até aqui a estratégia usada era o marketing emotivo (com exploração dos cinco sentidos), mas com o avanço da ciência, e a possibilidade que existe hoje, de analisarmos o cérebro através de Ressonância magnética e a Tomografia Computadorizada, começamos a entrar em um mundo novo, cheio de novidades para explorar: é o que chamamos de neurociências, com suas variantes de neuroeconomia e neuromarketing.
Um estudo recente publicado pela revista "Neuron", mostra, por exemplo, ser possível, através da observação da atividade cerebral, prever as respostas que envolvam decisões financeiras.
No trabalho liderado por Scott Huettel, neurocientista da Universidade de Duke, nos EUA, foram realizados jogos com 200 pessoas, enquanto observava-se o cérebro através da Ressonância magnética funcional.
De acordo com os resultados das imagens de ressonância, os cientistas dividiram os voluntários em duas categorias: ousados e cautelosos.
Os cientistas observaram que quem usava mais o estriado cerebral (zona do cérebro relacionada a decisões) eram mais prudentes e quem era mais ousado, usava menos essa região cerebral.
Segundo os estudo, os resultados dos testes podem ser aplicados à outras dimensões.
Parece simples determinar através da Ressonância Magnética, o que se passa no cérebro de cada pessoa na hora de comprar ou no momento de qualquer outra tomada de decisão. Daí o receio, de que estes avanços trazidos pela neurociência possam ser usados para manipular os consumidores, impelindo-os a compras contra a sua vontade.
Scott Huettel refuta tal hipótese. Em entrevista a Reuters, o investigador diz, o oposto, que estes estudos podem ajudar a perceber situações patológicas, tal como os compradores compulsivos.
Os receios de ordem ética, não tem fundamento, segundo Scott, pois para o uso de forma indiscriminadas, teria que se manter o indivíduo 24 horas por dia com seu cérebro sendo mapeado, o que não seria viável.

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