Pesquisas sugerem que quanto mais uma pessoa sente que seu "futuro eu" se parece consigo mesmo, mais se preocupa em poupar dinheiro.
Um estudo realizado pela psicóloga Emily Pronin, pesquisadora da Universidade de Princeton, mostrou que ao tomarmos decisões geralmente tratamos o futuro eu da mesma forma que faríamos com outra pessoa. Por exemplo: os voluntários costumavam se esquivar do cumprimento de tarefas desagradáveis, apesar de necessárias, quando tinham de faze-la, exatamente naquele momento. Mas se eram requisitados para cumprir exatamente a mesma tarefa, desde que precisassem faze-lo alguns meses ou até um ano depois, se mostravam mais dispostos a colaborar - curiosamente, como se imaginassem que outra pessoa estaria em seu lugar.
Um experimento realizado pelos psicólogos Hal Ersner-Hershfield e Brian Knutson, da Universidade Stanford, revela que a "distância" a que acreditamos estar de nosso "futuro eu", varia de um indivíduo para outro. Para chegar a essa conclusão os cientistas pediram aos voluntários que pensassem em si mesmo no presente e após alguns anos, enquanto eram submetidos a um exame de Ressoanância Magnética Funcional.
Estudos anteriores haviam mostrado que uma área específica do cérebro, o córtex cingular anterior, é ativada quando pensamos em nós mesmos. O estudo mostrou que essa região entra em maior atividade quando pensamos em nós mesmos no agora, em comparação ao que ocorre quando nos imaginamos daqui a dez anos à frente, por exemplo.
Os pesquisadores observaram alterações no padrão de atividade cerebral de alguns participantes, sugerindo que se viam, no futuro, mais como "seu próprio eu" que como "outra pessoa".
Em seguida foi pedido a cada voluntário que escolhesse entre receber determinada quantia de dinheiro para levar imediatamente ou um valor maior que seria entregue depois de um tempo. Os questionamentos mais frequentes levavam em conta se compensaria esperar para receber um montante maior. Pessoas que ao pensar no seu self no presente e no futuro apresentavam menor variação da atividade cerebral, respondiam que precisavam de menos dinheiro imediatamente e acreditavam que a espera valia a pena.
Muito interessante esta pesquisa, Maria Silvia. Já conhecia alguns informes semelhantes. O que ainda não li é algum artigo que informe s/ alguma pesquisa na qual se tenha desenvolvido treinamento para ajudar pessoas a diminuir ou até eliminar este gap entre o eu hoje e o eu futuro. Vc conhece algo assim?
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