Cientistas da Noruega estudaram pela primeira vez, sobre questões de lealdade e justiça entre crianças e adolescentes. O estudo laça luz sobre como nossas percepções de justiça são afetadas tanto pelo ambiente social quanto pelos fatores biológicos, explica o professor Bertil Tungodden.
O estudo foi realizado através do comportamento de 500 jovens entre 11 e 19 anos de idade.
"Comparando o comportamento de diferentes faixas etárias, conseguimos estabelecer padrões claros de desenvolvimento. Em particular, o estudo mostra que, conforme as crianças crescem, elas acham cada vez mais justas as desigualdades oriundas das diferenças nas realizações individuais", continua o professor Tungodden.
No experimento as crianças trabalham em uma tarefa por 45 minutos. No final da sessão de trabalho, alguns tiveram sorte e receberam um preço alto por sua produção, enquanto outras não tiveram sorte e receberam um preço baixo.
Assim houve desigualdade como resultado tanto do volume de produção individual, quanto por sorte. Cada participante teve então que decidir como distribuir o total dos rendimentos entre si mesmo e os outros participantes. Assim eles tiveram que decidir quais as desigualdades eles achavam que eram justas.
"Aqui nós observamos um padrão muito interessante", diz o professor. "Embora quase nenhuma criança mais jovem tenha feito distinções entre a produção individual e a sorte, uma parte substancial dos mais velhos fez isso. Eles aceitaram as desigualdades que refletiam diferenças na produção individual, mas não as desigualdades que refletiam apenas sorte". Desta forma, os pesquisadores puderam estudar como o egoísmo se desenvolve na adolescência. Talvez de forma surpreendente, os resultados mostraram que o senso comum do adolescente egoísta não se sustenta.
"As crianças no final da adolescência cederam tanto quanto os mais jovens, tanto entre as meninas quanto entre aos meninos, desta forma o estudo demonstra claramente que a mudança mais fundamental na adolescência está relacionada ao modo como as crianças percebem a lealdade e a justiça, e não a importância que atribuem a elas", explica o professor Tungodden.
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