terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

"A quantidade de testosterona interfere na capacidade de empatia."


Um estudo publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, demonstra pela primeira vez que a testosterona afeta negativamente a capacidade das pessoas de sentir empatia.
O estudo realizado por Jack van Honk (Universidade de Utrecht)e Simon Baron-Cohen(Universidade de Cambridge), usou
um teste com aplicação de testosterona sob a língua de voluntários e mediram sua capacidade de "ler a mente",um dos indicadores da empatia.
A pesquisa usou um teste chamado "lendo a mente dos olhos",que testam quão bem alguém pode inferir o que a outra pessoa está pensando ou sentindo,olhando fotografias das expressões faciais ao redor dos olhos.
A leitura da mente é um aspecto da empatia,uma habilidade que mostra diferenças significativas de gênero,em favor das mulheres.
Os cientistas avaliaram 16 mulheres jovens de população em geral,pois as mulheres,em média, tem níveis mais baixos de testosterona do que os homens.
Os pesquisadores descobriram que a administração de testosterona não apenas leva a uma redução significativa na capacidade da leitura da mente,como também este efeito é fortemente preditivo da chamada relação 2D:4D, um marcador de testosterona pré-natal.
"Estamos muito animados com esta descoberta porque ela sugere que os níveis de testosterona pré-natal geram efeito posteriores da testosterona sobre a mente",disse o Dr. Jack van Honk.
"Este estudo contribuiu para o nosso conhecimento de como pequenas diferenças hormonais podem ter efeitos a longo alcance sobre a empatia",comenta Simon Baron-Cohen.
O novo estudo tem várias implicações importantes:
1) os níveis correntes de testosterona afetam diretamente a capacidade de uma pessoa de ler a mente dos outros.Isso pode ajudar a explicar porque em média as mulheres tem melhor desempenho em testes deste tipo do que os homens,uma vez que os homens em média, produzem mais testosterona que as mulheres.
2) que a relação 2D:4D,um marcador de testosterona total, prevê a medida em que a testosterona terá este efeito mais tarde.Isso sugere que os níveis de testosterona no útero tem um "efeito organizador"de longo prazo na função cerebral.
Finalmente, dado que as pessoas com autismo tem dificuldade em ler a mente,e que o autismo
afeta homens com mais frequência do que mulheres, o estudo fornece mais apoio para a teoria andrógena do autismo- a testosterona é um andrógeno.

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