terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

"Não troque o lápis pelo teclado,seu aprendizado agradece!"


A Dra.Anne Mangen, da Universidade de Stavanger, na Noruega, após investigar se algo se perde, quando estudantes adultos,passam do livro para a tela do computador e da caneta para o teclado,concluiu que escrever à mão fortalece o processo de aprendizagem.
Os resultados dessa pesquisa foram publicados no periódico Advances in Haptics.
A pesquisadora explica que o processo de ler e escrever envolve uma série de sentidos.
Ao escrever à mão, o nosso cérebro recebe feedback de nossas ações motoras, juntamente coma sensação de tocar no lápis e no papel. Essas retroalimentacões são significativamente diferentes daquelas que recebemos quando digitamos em um teclado.
Um experimento realizado pela equipe do neurofisiologista Jean-Luc Velay, que colaborou com a pesquisa, demonstrou que as partes do cérebro ativadas quando lemos as letras que aprendemos pela escrita manual, são diferentes daquelas ativadas quando reconhecemos as letras que aprendemos por meio da digitação de um teclado.
Ao escrevermos à mão,os movimentos envolvidos deixam uma memória motora na parte sensório motora do cérebro, o que nos ajuda a reconhecer as letras.
Isso demonstra que há uma conexão entre a leitura e a escrita, e sugere que o sistema sensório-motor desempenha um papel no processo de reconhecimento visual durante a leitura. Como escrever à mão demora mais do que digitar em um teclado, o aspecto temporal também pode influenciar o processo de aprendizagem , afirma a pesquisadora.
Os experimentos conduzidos com adultos que deveriam aprender um alfabeto desconhecido, mostraram que aqueles que aprenderam escrevendo manualmente saíram-se consistentemente melhor nos testes do que aqueles que aprenderam na tela do computador.
"O componente sensório-motor é parte integrante do treinamento para iniciantes, e em especial para pessoas com dificuldade de aprendizagem,mas há pouca consciência e compreensão da importância da escrita para o processo global de aprendizagem, além da própria escrita",diz a pesquisadora.
Ela se refere à investigação pedogógica sobre a escrita, que passou de uma abordagem cognitiva, para um foco nas relações contextuais, sociais e culturais. Na sua opinião, um foco unilateral sobre o contexto pode levar à negligência das conexões individuais, sensório-motora, fisiológicas e fenomenológicas.

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