domingo, 29 de maio de 2011

"As palavras machucam"



O Dr. Thomas Weiss, da Universidade de Jena, na Alemanha, conseguiu demonstrar cientificamente pela primeira vez que não só as lembranças dolorosas e associações que colocam nossa memória da dor em alerta, estímulos verbais também.

Assim que ouvimos palavras que invocam dor- castigo, ferimento, dor etc...- são ativadas exatamente as mesmas áreas do cérebro que processam a dor correspondente.

Os psicólogos examinaram o fenômeno diretamente no cérebro, por meio de tomografia de ressonância magnética funcional (fMRI), enquanto participantes saudáveis ouviam palavras associadas com dor.

Os voluntários ouviram tanto palavras associadas com dor, quanto palavras de cunho negativo, mas não necessariamente "doloridas", como amedrontador, horrível e nojento.

Prestando atenção apenas nas palavras, ou mesmo distraídos por um quebra-cabeças, as palavras associadas à dor sempre ativaram a área de dor no cérebro dos participantes.

Isso não aconteceu com as outras palavras de conotação negativa, e tampouco com as palavras neutras e positivas.

"Estes resultados mostram que palavras são capazes de ativar a nossa matriz de dor" sublinha o Prof. Weiss.

Do ponto de vista biológico, isso é aceitavel, porque a lembrança da dor nos permite evitar situações dolorosas no futuro, que possam ser perigosas para as nossas vidas.

"Entretanto, nossos resultados sugerem também que os estímulos verbais tem um significado mais importante do que pensávamos até agora", diz Weiss.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

"Stress leve pode levar a lembrança de fatos de maneira mais fácil."



Um grupo de cientistas argentinos concluíram que pessoas submetidas a um stress leve podem lembrar mais facilmente de fatos que pareciam ter esquecido. "Vimos através de um experimento que os seres humanos podem lembrar melhor de uma série de sílabas sem sentido aprendidas, se são submetidas a um stress leve," disse Alejandro Deborenzi, do Laboratório de Neurobiologia da Memória da Universidade de Buenos Aires.(UBA)

Em um experimento realizado com 125 voluntários, os pesquisadores estabeleceram que, quando a memória se torna instável, você pode reativa-la se receber um impacto, como no caso empregado por eles, o frio intenso.

Concretamente os participantes aprenderam uma série de 5 sílabas se sentido, em conjunto com uma combinação de luz, imagem e música, afirmou Deborenzi.

Depois de 6 dias, os cientistas submeteram novamente o mesmo estímulo, mas quando os participantes tinham que lembrar as sílabas aprendidas, interromperam a sequência de imagem, luz e música para que a memória se tornasse fraca.

Imediatamente, eles pediram aos participantes que colocassem o braço em uma bacia com água gelada, enquanto para o grupo de controle a temperatura era amena.

Como resultado, os que tiveram que enfrentar a água gelada lembraram no dia seguinte 80% das sílabas, enquanto aqueles que tiveram seu braço em água amena, só lembraram 20%. "Com esse pequeno truque demonstramos que as memórias que pareciam desaparecidas, na realidade ficam armazenadas", disse Deborenzi.

O pesquisador lembrou que substância como a epinefrina, cortisol e glicose, liberadas em situação de stress, também atuam na suavidade da memória. "Com este trabalho estamos mudando os marcos conceituais dos processos de memória tal como estavam estabelecidos", afirmou.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

"Vamos dançar?"



Duas pesquisas recentes conduzidas pela Universidade de Missouri, descobriram que a participação na terapia que tem como base a dança, pode melhorar o equilíbrio e marcha em idosos. Isso pode reduzir o risco de quedas e lesões nesta população.

Outro estudo financiado pelo Instituto Nacional de Envelhecimento e publicado em 2003 no New England Journal of Medicine mostrou um risco significativamente reduzido de Demência em adultos mais velhos que dançavam com frequência.

O estudo analisou cerca de 500 adultos com idade de 75 anos ou mais, seguindo as atividades e a incidência de Demência por 5 anos. Ele mostrou uma correlação surpreendente forte entre a dança e a redução de Demência.

Dançar também foi a única atividade física que mostrou reduzir índices de Demência. As atividades mentais que fez reduzir o risco de demência foi ler e fazer palavras cruzadas.

Qual seria a causa para que a dança ajude a manter o cérebro?

Quando estamos dançando usamos o córtex cerebral e o hipocampo, que são essenciais para a dança. Estas áreas do cérebro são extremamante "plásticas" e religam-se com base na sua utilização. Os investigadores supõem que talvez essa maior reserva cognitiva e a maior complexidade das sinapses neuronais mantém a Demência afastada nos idosos que dançam.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

"Existem diferencas na região cerebral da "forca de vontade",nas pessoas que conseguem parar de fumar."



Por que algumas pessoas conseguem desistir do vício do fumo, enquanto outras tem grande dificuldade em atingir este objetivo?

Pesquisadores da Faculdade Trinity e do Instituto de Pesquisa por uma Sociedade livre do tabaco,motivados por esta questão,observaram as atividades dos cérebros de voluntários para saber as diferenças que poderiam levar a um melhor entendimento sobre esta constatação.

O estudo foi realizado através da investigação de imagens de ressonância magnética para avaliar habilidades cognitivas que são consideradas importantes para o processo que leva alguém a parar de fumar. Entre as atividades desempenhadas pelos voluntários estava uma tarefa de inibição, para avaliar o controle do impulso e a habilidade de monitorar o comportamento, e uma tarefa de atenção que avalia a habilidade de evitar distrações de imagens relacionadas ao ato de fumar, que geralmente conseguem chamar automaticamente a atenção dos fumantes.

Analisando as imagens, os pesquisadores descobriram que os fumantes,se comparados com aqueles que nunca fumaram,demonstraram uma funcionalidade reduzida durante as tarefas nas regiões pré-frontais do cérebro,que é relacionada ao controle comportamental. Os fumantes também demonstraram uma atividade elevada na região do subcórtex,como no núcleo accumbens, que responde a estímulos de recompensa e salienta o estímulo provocado pela nicotina.

Por outro lado, os ex-fumantes não demonstraram a mesma atividade no sub córtex,mas sim nos lobos frontais, que são ligados ao controle comportamental. Além disso,eles apresentaram níveis de atividade maiores nas regiões pré-frontais.

Isso quer dizer que a região responsável pelo que pode ser chamado "forca de vontade"tem maior atividade naquelas pessoas que pararam de fumar, o que levou os pesquisadores a relacionarem esta atividade com a capacidade do fumante em parar ou não o vício.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

"O cérebro sofre danos com a obesidade."



Além de todos os danos já conhecidos que a obesidade causa, um estudo recente está surpreendendo a comunidade científica: a gordura também causa danos ao cérebro.

Um estudo realizado na Universidade de Nova York estudaram o cérebro de 63 pessoas, onde 44 delas tinham sobrepeso ou obesidade e as outras eram magras. Os cientistas constataram que, nos indivíduos obesos ou acima do peso, o cérebro apresentava duas alterações importantes: tinha níveis mais altos de fibrinogênio, uma proteína que causa inflamação, e menor córtex orbitofrontal (região cerebral que coordena a tomada de decisões ).

Não se sabe explicar ainda, exatamente como esse processo se desenvolve, mas os cientistas apostam no seguinte: obesidade gera fibrinogênio, que gera inflamação, que gera danos ao córtex. E tudo isso gera consequências permanentes e muito ruins.

Antonio Convit, coordenador do estudo, diz que: "Essa inflamação, ao afetar a integridade do córtex orbitofrontal, pode reduzir o controle da pessoa sobre seus hábitos alimentares".Ou seja: indivíduos acima do peso poderiam se tornar neurologicamente incapazes de comer menos. Seriam escravos do próprio apetite, e com dificuldade de lembrar das coisas. Uma outra pesquisa recém publicada nos EUA constatou que a obesidade afeta a capacidade de memorização. A diferença é que, nesse caso, a sequela não é permanente, ou seja, ao perder peso o indivíduo reverte o efeito.

terça-feira, 10 de maio de 2011

"O desempenho cognitivo sofre um forte impacto com as alteracões de sono."



A Dra. Jane Ferrie,da Universidade College London,no Reino Unido, concluiu em seu estudo que as alterações de sono que ocorrem num período de 5 anos na idade adulta, afetam fortemente a função cognitiva na terceira idade.

Homens e mulheres que tiveram variações em seu sono, passando a dormir menos do que seis horas e mais do que oito horas por noite, estão sujeitos a um declínio cognitivo acelerado.

As pessoas que passaram a dormir um adicional de 7 a 8 horas por semana tiveram menor pontuação em 5 de 6 testes de função cognitiva,com a única excessão sendo o teste de memória verbal de curto prazo.

As pessoas que tiveram uma redução de 6 a 8 horas de sono por semana,tiveram uma menor pontuação em 3 dos 6 testes cognitivos- raciocínio,vocabulário e estado cognitivo global.

"O principal resultado do nosso estudo é que mudanças adversas na duração do sono parecem estar associadas com uma piora na funcão cognitiva em uma idade mais avançada"diz Ferrie.

Segundo os autores,o sono adequado e de boa qualidade é fundamental para a fisiologia humana e o bem estar.

A privação do sono e a sonolência tem efeitos adversos sobre o desempenho, os tempos de reação, e problemas de atenção e concentração.

Além disso, a duração do sono está associada com uma vasta gama de medidas de qualidade de vida, tais como o relacionamento social, a saúde mental e física, e a morte precoce.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

"A memória de curto prazo em idosos, é prejudicada por interrupcões."



Uma nova pesquisa publicada pelo Proceedings of the National Academy of Sciences, demonstra que a medida que envelhecemos, a capacidade de realizar mais de uma tarefa ao mesmo tempo diminui. O motivo,segundo a pesquisa, não é o excesso de funções, e sim, as distrações que ocorre entre uma atividade e outra.

Lidar com múltiplas tarefas, envolve a memória de curta duração, responsável por definir e manter determinada informação em um período de tempo. Essa memória é chamada de memória de trabalho e é a base de todas as operações mentais- desde decorar um número de telefone,ou manter o ritmo de uma conversa até realizar funções complexas como raciocinar ou aprender.

Para entender melhor essa dinâmica,o neurocientista Adam Gazzaley, da Universidade da Califórnia, comparou a memória de um grupo de jovens com idade média de 24,5 anos com a de idosos coma idade média de 69,1 anos.

Os voluntários tinham de observar uma cena e fixa-la por 14,4 segundos. Durante o período entrava a imagem de um rosto e os participantes deveriam determinar o sexo e a idade estimada da pessoa.Em seguida era solicitado que eles se lembrassem da cena inicial. Durante todo o experimento as atividades de circuitos e redes neurais foram analisados por meio de ressonância magnética. Resultados: em geral os jovens conseguiram reestabelecer a conexão com a rede da memória após a interferência, desligando-se da imagem que apareceu no meio do teste. Já os mais velhos, em média, tiveram dificuldade tanto para se desligar da interrupção como para reestabelecer a rede associada a memória da cena original. Os exames mostraram que quando os idosos eram interrompidos o processo de fixação da memória dava lugar ao processamento da nova tarefa. "Observamos que a capacidade do cérebro de ignorar informações irrelevantes cai com a idade. Esse é um fato importante a se considerar, uma vez que vivemos em um meio em que há cada vez mais interferências e exigências",disse Gazzaley.

domingo, 1 de maio de 2011

"Problemas para lidar com dinheiro é um dos indicadores de demência."



Certo grau de esquecimento associado à idade é considerado normal e não costuma ser motivo para preocupação, mas às vezes essas falhas de memória indicam o encaminhamento para a demência. Como saber?

Pesquisadores coordenados pelo Prof. de Neurologia Daniel Marson, da Universidade do Alabama em Birmingham, nos EUA, acreditam que atividades cotidianas que envolvem dinheiro podem dar boas pistas. O estudo feito pela equipe e publicado no periódico científico Neurology, mostra que a decadência mental pode ser precocemente percebida pela falta de habilidade em transações financeiras como no preenchimento de cheques ou no controle de extratos bancários.

Marson e seus colegas apresentaram diversas atividades para voluntários que tinham em média 70 anos e sofriam de leves problemas de memória: eles deviam, entre outras coisas, contar moedas, fazer compras, analisar seus extratos bancários e realizar depósitos. Após um ano, os pesquisadores repetiram o teste. Resultado: mais de 1/4 dos participantes com um problema incipiente de memória, desenvolveu uma demência nesse período. Como esperado, essas pessoas tiveram resultados claramente piores no teste financeiro do que as que não desenvolveram Alzheimer.

Segundo os autores do estudo, é importante que profissionais da saúde observem a forma como idosos com leves dificuldades cognitivas realizam atividades financeiras concretas.