quinta-feira, 29 de julho de 2010

"A cocaína e a atividade cerebral."


Um grupo de pesquisadores do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), desenvolveu um estudo pioneiro, com o uso de exames de neuroimagem.
Cerca de 30 pacientes entre 20 e 40 anos, que utilizavam a droga por no mínimo 11 meses e no máximo 3 anos, participaram da pesquisa.
Os resultados confirmaram que a droga prejudica o funcionamento do cérebro como um todo, mas mostram que ela compromete principalmente o lobo frontal. Essa região é responsável, entre outras funções pela criatividade, pelo controle da impulsividade e pelo senso crítico. "Isso explica alguns comportamentos muito comuns entre os viciados, como mudanças repentinas de humor, e surtos de agressividade, por exemplo", diz o psiquiatra Dartiu Xavier da Silveira, coordenador do estudo.
Sabe-se que a cocaína é um potente vasoconstritor, ou seja, ela provoca uma contração das artérias, especialmente as cerebrais. Desta forma, sobra menos espaço para o sangue circular. Além disso, a constrição agride as paredes dos vasos e as deixa mais vulneráveis à pressão feita pelo fluxo sanguíneo. Com isso, a probabilidade de um derrame aumenta, ou de vários pequenos derrames, que embora, imperceptíveis, podem ter um efeito devastador se somados ao longo do tempo. De acordo com os autores do estudo brasileiro, esses miniderrames são responsáveis pela perda gradativa cerebral notada entre os usuários de cocaína. As conclusões da pesquisa também valem para outras drogas, como o ecstasy e o crack.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

"Depressão e o mundo cinza..."


Um estudo realizado pela equipe da Universidade alemã de Freiburg dirigido por Ludger Tebartz van Elst e publicado na "Biological Psychiatry", indica que a associação da cor cinza com a depressão é mais do que uma simples metáfora.
O estudo revela que a depressão dilui o contraste entre o preto e o branco, por isso que o mundo torna-se literalmente cinza.
Os cientistas alemães mediram as respostas elétricas para determinar a atividade da retina em 40 pessoas que sofriam de depressão, metade que recebiam medicamento, e em outras 40 não afetadas por esta condição.
Com a colocação de eletrodos na superfície ocular e na pele circundante, os cientistas conseguiram registrar a atividade elétrica das células da retina em resposta aos estímulos.
Os pacientes deprimidos demonstraram ter um menor contraste retinal que o grupo de voluntários que não sofriam de depressão, independentemente de estarem recebendo medicação para doença ou não.
Também foi descoberta uma correlação importante entre o nível de contraste e a gravidade dos sintomas: nos pacientes mais deprimidos, a resposta da retina foi mais frágil.

"O extremismo religioso pode ter como raiz a ansiedade."


Pesquisadores da Universidade de York, no Canadá, publicaram os resultados de suas pesquisas no Journal of Personality and Social Psychology e relataram que a ansiedade e a incerteza podem tornar as pessoas idealistas demais, ou leva-las a serem mais radicais em suas crenças religiosas.
Em uma série de estudos, mais de 600 participantes foram colocados em situação neutra ou que provocavam ansiedade.
Em seguida, eles descreviam seus objetivos pessoais e avaliavam o grau de convicção que tinham em relação aos seus ideais religiosos. Isto inclui perguntar aos participantes se eles dariam suas vidas por sua fé, ou se apoiariam uma guerra em defesa de sua religião.
Em todos os estudos, as situações de ansiedade fizeram os participantes tornarem-se mais avidamente envolvidos em seus ideais e adotaram posições mais extremadas em suas convicções religiosas.
Os pesquisadores descobriram que as reações religiosas mais extremadas são mais pronunciadas entre os participantes com personalidade forte (definida como uma pessoa com auto-estima elevada, orientada para a ação, mais ansiosa e mais tenaz)- normalmente mais vulneráveis à ansiedade- e entre aqueles menos seguros sobre seus objetivos na vida diária.
Os pesquisadores também mediram as crenças supersticiosas dos participantes e de sua concordância com o conceito de um Deus controlador, a fim de distinguir as formas de fundamentalismo religioso das formas mais abertas de devoção.
"Tomados em conjunto, nossos resultados sugerem que as pessoas ousadas, mas vulneráveis, são atraídas para os extremismos idealistas e religioso para aliviar a própria ansiedade", diz Mc Gregor.

terça-feira, 27 de julho de 2010

"Nível educacional melhor, diminui efeitos da demência."


De acordo com a pesquisa, conduzida por cientistas da Grã-Bretanha e da Finlândia, pessoas que estudaram mais tempo têm a mesma probabilidade de apresentar sinais de demência em seus cérebros no momento de sua morte que indivíduos que passaram menos tempo se educando.
Apesar disso, o grupo com mais tempo de estudos apresentou menor probabilidade de demonstrar os sintomas de demência em vida.
O estudo foi publicado pela revista científica britânica Brain. Os especialistas dizem que agora é necessário descobrir porque isso ocorre.
No novo estudo, os pesquisadores examinaram cérebros de 872 pessoas que tinham participado de 3 grandes estudos sobre envelhecimento realizados ao longo de 20 anos por especialistas da Grã- Bretanha e Finlândia.
Antes de morrerem, os participantes preencheram questionários sobre sua escolaridade.
Exames feitos após suas mortes revelaram sinais de doença em níveis semelhantes nos cérebros de participantes com ou sem alto níveis de escolaridade.
Porém, para cada ano adicional que a pessoa passou no sistema educacional, houve a diminuição de 11% nos riscos de ela desenvolver sintomas de demência revelou o estudo.
"Uma pessoa pode mostrar muitos sinais de patologia no seu cérebro enquanto outra mostra poucos, ainda assim, ambas tiveram demência", diz a cientista Hannah Keage, da Universidade de Cambridge, uma das autoras do estudo.
"Nosso estudo demonstra que a educação no início da vida parece possibilitar que algumas pessoas tolerem várias mudanças no seu cérebro antes de apresentar sintomas de demência".

segunda-feira, 26 de julho de 2010

"Restrição calórica melhora memória e capacidade de aprender"


A restrição calórica - o termo técnico para "comer menos calorias", não é bom apenas para ter uma vida longa e mais saudável.
Cientistas do MIT, dos Estados Unidos, descobriram que o mesmo mecanismo molecular que aumenta a expectativa da vida, através da restrição calórica também ajuda a melhorar a memória e incrementar a inteligência. A pesquisa foi publicada no último exemplar da revista Nature.
O resveratrol, encontrado no vinho e no amendoim, tem sido apontado como um amplificador da expectativa de vida porque ele ativa um grupo de enzimas conhecidas como sirtuinas, que ganharam fama nos últimos anos por sua capacidade de retardar o processo de envelhecimento.
Agora, os cientistas descobriram que a sirtuinas 1 - uma proteína que nos seres humanos é codificada pelo gene SIRT1- também melhora a memória e a flexibilidade do cérebro.
Além de dar maior suporte às rotinas alimentares com menos calorias, o trabalho poderá levar à criação de novos medicamentos para doenças como o mal de Alzheimer e outras desordens neurológicas.
Este novo estudo mostra que o SIRT1 aumenta a plasticidade sináptica, as conexões entre os neurônios e a formação da memória.
Estas descobertas revelam um novo papel do SIRT1 na cognição e um mecanismo previamente desconhecido por meio do qual o SIRT1 regula esses processos.
Além de ajudar os neurônios a sobreviver, o SIRT1 também tem um papel direto na regulação da função cerebral normal, demonstrando o seu valor como um potencial alvo terapêutico para o tratamento do Sistema Nervoso Central.