quarta-feira, 28 de abril de 2010

"Sonhos ajudam o cérebro a fixar as memórias."


Uma pesquisa coordenada po cientistas do Beth Israel DeaconessMedical Center, nos EUA, indica que os sonhos podem ser uma forma que o cérebro adormecido tem de dizer que está ocupado em pleno trabalho de consolidação da memória. A pesquisa foi publicada na edição on-line da Revista Currente Biologgy.
"O que nos deixou entusiasmados é que após quase um século de debates sobre a função dos sonhos, esse estudo mostrou que os sonhos são a maneira de o cérebro processar,integrar e realmente compreender novas informações", disse Robert Stickgold, um dos autores do estudo.
"Os sonhos são uma clara indicação que o cérebro adormecido está trabalhando com memórias em múltiplos níveis, incluindo formas que terão um impacto direto na melhoria da execução de tarefas aprendidas", apontou.
Os cientistas examinaram 99 voluntários que foram submetidos a atividades em um video-game em 3 dimensões, no qual tinham que navegar por cenários virtuais com o objetivo de chegar o mais rapidamente possível na saída.
Após o treinamento virtual, os participantes foram divididos em 2 grupos: o primeiro tirou um cochilo em média de 90 minutos e o segundo permaneceu acordado em atividades tranquilas. Em diversos momentos, os integrantes do segundo grupo eram questionados sobre o que estavam pensando. Os que tiraram uma soneca diziam depois o que lembravam de seus sonhos.
Os que se mantinham acordados não mostraram melhoria no rendimento dos exercícios feitos posteriormente, ainda que tivessem pensado no mesmo durante o período de descanso, o que, em teoria, daria mais chance para se sair melhor.
Dos que dormiram, aqueles que não descreveram sonhos relacionados ao mundo virtual no qual interagiram, também não apresentaram melhoria no aproveitamento dos exercícios.
Mas os que sonharam com os ambientes tridimensionais, tiveram uma melhoria considerada dramática, dez vezes superior aos que dormiram e não sonharam com o exercício.
"Os que sonharam descreveram cenários diversos, com pessoas em pontos específicos nos ambientes, de estar perdido numa caverna, ou mesmo de ouvir a música de fundo do vídeo-game", disse Erin Wamsley, outro autor do estudo.
Segundo os cientistas os resultados indicam que não só o sono foi necessário para consolidar as memórias( como já havia sido provado em outros estudos), mas que os sonhos se mostrara como uma espécie de reflexo da atividade cerebral intensa nas tarefas de consolidação da memória.
"Mas não estamos dizendo que quando se aprende algo, é o sonho o responsável. Em vez disso, aparentemente quando temos uma nova experiência ela dispara uma série de eventos paralelos que faz com que o cérebro consolide e processe as memórias", disse Stickgold.

terça-feira, 27 de abril de 2010

"Chocolate e depressão"


Uma pesquisa feita na Universidade da Califórnia, nos EUA, verificou que mulheres e homens com depressão, comem mais chocolate à medida que os sintomas do problema aumentam.
Segundo eles, os resultados sugerem uma associação entre o humor e o alimento à base de cacau. O estudo foi publicado no periódico, Archives of Internal Medicine.
Os pesquisadores examinaram eventuais relações entre o consumo de chocolate e o humor, em mil adultos que não tomavam medicamento antidepressivo e que tinham problemas cardiovasculares ou diabetes.
Os participantes foram submetidos a testes e avaliados de acordo com a escala de depressão (CES-D) do Centro de Estudos Epidemiológicos, dos EUA.
Os autores do estudo observaram que homens e mulheres que apresentaram níveis mais elevados na escala, consumiram em média 12 porções de chocolate por mês, enquanto aqueles sem depressão ingeriram menos de 5 porções no mesmo período.
"Os resultados não aparentam ter como explicação um aumento geral no consumo de cafeína, gorduras ou carboidratos, indicando que foram específicos ao chocolate", disse Beatrice Golomb, uma das autoras da pesquisa.
Segundo os pesquisadores novos estudos serão necessários para tentar determinar a base da associação, bem como o papel do chocolate na depressão, seja ela positivo ou negativo.

domingo, 25 de abril de 2010

Neuróbica- a ginástica cerebral para previnir o Alzheimer."


O simples gesto de trocar de mão para escovar os dentes, contrariando a rotina e obrigando a estimulação do cérebro, é uma técnica para melhorar a concentração, treinando a criatividade e inteligência e, assim, realizando um exercício de neuróbica.
Uma descoberta da neurociência, vem revelar que o cérebro mantém a capacidade extraordinária de crescer e mudar o padrão de suas conexões.
Os autores desta descoberta, Lawrence Katz e Manning Rubin (2000), revelaram que a neuróbica, a aeróbica dos neurônios, é uma forma de exercício cerebral projetada para manter o cérebro ágil e saudável, criando novos e diferentes padrões de atividade dos neurônios em seu cérebro.
Cerca de 80% do nosso dia a dia é ocupado por rotinas que apesar de terem a vantagem de reduzir o esforço intelectual, escondem um efeito perverso: limitam o cérebro.
A proposta da neuróbica é fazer tudo aquilo que contrariam as rotinas, obrigando o cérebro a um trabalho adicional.
Aqui vão algumas dicas para começarmos a malhar, vamos lá?
-Use o relógio no pulso direito.
-Escove os dentes com a mão contrária da de costume.
-Ande pela casa de trás para a frente.
-Vista-se de olhos fechados.
-Estimule o paladar, coma coisas diferentes.
-Faça palavras cruzadas, quebra cabeças, jogo da memória.
--Veja as horas num espelho.
-Faça um novo caminho para ir ao trabalho.
-Decore uma palavra por dia, da sua língua ou de uma outra.
Lembre-se, a proposta é mudar o comportamento rotineiro!
Tente, invente, faça alguma coisa diferente e estimule o seu cérebro.

sábado, 24 de abril de 2010

Meditação "engrossa" o cérebro para reduzir a dor.


O córtex cingulado anterior, é mais volumoso em adeptos das práticas budistas do que em pessoas que nunca utilizaram a técnica. Pesquisas já mostraram que a prática de meditação Zen pode reduzir o limiar da sensibilidade à dor, o que é particularmente interessante para pessoas que sofrem de doenças crônicas como artrite reumatóide ou fibromialgia. O mecanismo que explica o efeito foi descoberto por pesquisadores da Universidade de Montreal, no Canadá.
Por meio de técnicas de neuroimageamento, os cientistas observaram que uma estrutura central do cérebro- o córtex cingulado anterior- é mais volumoso nos adeptos da prática budista do que em pessoas que nunca meditaram. Essa área cerebral não é responsável só pelo processamento dos estímulos dolorosos, como participa da emoção e da tomada de decisões. O estudo foi publicado na revista Emotion.

Filhos de pais "bonzinhos" tem mais propensão a beber muito.


Cerca de 10% dos adolescentes e jovens brasileiros de até 18 anos abusam do álcool, segundo pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). O estudo mostra que o relacionamento ruim com os pais especialmente com a mãe, é um sério complicador. Uma relação ruim com a mãe aumenta em 61% a chance de o adolescente ser usuário pesado de álcool. Com o pai, este aumento é de 45%.
A diferença pode-se explicar pelo fato de a mãe, na maioria das famílias, estar mais presente em casa- diz o psiquiatra José Carlos Galduróz, do Departamento de Psicobiologia da Unifesp, coordenador da pesquisa.
O pior é que muitos pais, para não entrarem em conflito com os filhos, deixam eles soltos demais, sem impor limites. A pesquisa mostrou que o pai ou a mãe muito "bonzinhos", aqueles que deixam o adolescentes fazer tudo, é prejudicial nesta relação jovem/álcool. Na verdade, estes pais não são "bonzinhos" ou "liberais', mas sim omissos.
Para ser pai ou mãe, é preciso ter responsabilidade e participar da vida do filho. Saber onde vai, com quem vai, a que horas volta etc... O jovem sente que alguém se preocupando com ele, e isto é positivo. Cria uma relação de confiança- diz o psiquiatra.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

"Mau humor limita a visão."


Aquela intuição de que a pessoa mal-humorada tem uma visão limitada da vida, ou pelo menos das coisas que a cercam, foi comprovada por neurocientistas da Universidade de Toronto, Canadá, mostrando novamente como as emoções filtram a informação sensorial que chega ao cérebro.
No estudo, os cientistas mostraram aos voluntários uma série de imagens que os deixavam contentes ou irritados.
Na etapa seguinte, exibiram figuras compostas, em que uma face ocupava a posição central, que eram circundada por paisagens. A instrução era para que eles se esforçassem para manter o foco na face central, coisas que os participantes mal humorados conseguiram fazer facilmente. Em compensação, os que estavam de bom humor tiveram muita dificuldade para não prestar atenção nas paisagens apresentadas ao redor.
O estado de humor literalmente muda a forma como o córtex visual opera, explicam os autores do artigo publicado no Journal of Neuroscience.

terça-feira, 20 de abril de 2010

"Gene da obesidade está associado também ao Mal de Alzheimer."


Um estudo da Escola de Medicina da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, descobriram que um gene ligado à obesidade presente em quase metade dos europeus ocidentais, pode estar também associado com a degeneração cerebral, aumentando o risco do Mal de Alzheimer.
A redução do volume cerebral eleva os riscos relacionados às condições como este tipo de demência, disseram os cientistas comandados por Paul Thompson.
Para fazer a pesquisa, Paul e seus colegas produziram mapas em três dimensões, dos cérebros de 206 caucasianos, idosos e saudáveis.
Os cientistas descobriram um padrão de volume cerebral reduzido em portadores de uma sequência de DNA específico (alelo), localizada dentro do gene associado com massa gorda e obesidade.
Os déficits cerebrais resultantes da redução de volume do cérebro tornam as pessoas mais vulneráveis ao Mal de Alzheimer.
Em comparação ao grupo controle, os participantes pesquisados apresentaram uma redução média de 8% no tecido do lobo frontal e 12% nos lobos occipitais.
"O resultado é que esse gene tão prevalente não só aumenta uma polegada na sua cintura, como também faz seu cérebro parecer 16 anos mais velho", disse Thompson.
Segundo os autores do estudo, as diferenças com relação aos demais voluntários não são atribuídas a outros fatores ligados à obesidade, como nível de colesterol, diabetes e pressão alta.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

"Quando o remédio é escrever."


A busca por uma vida mais saudável pode ser um dos motivos do enorme aumento do número de blogs. Estima-se que sejam cerca de 3 milhões por todo o planeta. Há anos sabe-se a respeito dos benefícios terapêuticos de escrever sobre experiências pessoais, pensamentos e sentimentos. Mas além de servir como mecanismo para aliviar o stress, expressar-se por meio da escrita traz muitos benefícios fisiológicos.
Pesquisas mostram que com a prática da escrita é possível aprimorar a memória e o sono, estimular a atividade dos leucócitos e reduzir a carga viral de pacientes com AIDS e até mesmo acelerar a cicatrização após a cirurgia. Um estudo publicado na revista científica Oncologist mostra que as pessoas com câncer que escreviam para relatar seus sentimentos logo depois, se sentiam muito melhor, tanto mental quanto fisicamente, em comparação a pacientes que não se deram a este trabalho.
Pesquisadores empenham-se agora em explorar as bases neurológicas em jogo, especialmente levando em conta a explosão dos blogs. De acordo com a neurocientista Alice Flaherty, da Universidade Harvard e do Hospital Geral de Massachussetts, a teoria do placebo para o sofrimento pode ser aplicada a esse caso. Como criaturas sociais, recorremos a uma variedade de comportamentos relacionados a dor. A reclamação, por exemplo, funciona como um "placebo para conseguir satisfação", afirma Flaherty, usar o blog para "botar a boca no mundo", expressar insatisfações e partilhar experiências estressantes pode funcionar da mesma forma.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

"Poluição: um perigo também para o cérebro!"


Estudos recentes mostram que agentes tóxicos comuns no ar como o carbono preto, o material particulado e o ozônio podem ter efeito negativo sobre capacidades como: aquisição de vocabulário, tempo de reação e até mesmo sobre a inteligência, de forma geral.
O mais recente destes estudos, realizado em Nova York, no qual grávidas usaram monitores pessoais de ar durante toda a gestação, descobriu que crianças de 5 anos expostas à níveis altos de poluentes urbanos- conhecidos como hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs)- quando ainda estavam no útero apresentaram um quociente intelectual(QI) 4 pontos inferior ao das que foram expostas à quantidades menores de substâncias. De modo alarmante, "a queda foi semelhante à observada em exposições à baixos níveis de chumbo", comenta a epidemiologista Frederica Pereira, diretora do Columbia Center for Children Enviromental Healt e autora principal do estudo. A alteração dos índices de QI foi suficiente para causar queda no desempenho escolar e notas em testes simples.
"Esses níveis de poluição que medimos no estudo nem foram expressivamente altos, se comparados àqueles de outras áreas urbanas" observou a pesquisadora. A maior parte dos poluentes HPAs, vem de emissões de motores de veículos automotivos, especialmente de carros e caminhões movidos à gasolina e a diesel, além da queima de carvão.
A fumaça do cigarro é outra fonte importante de poluentes; por isso pesquisadores não consideraram no estudo crianças que convivem com fumantes.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

"Cientistas encontram conexão biológica entre ansiedade e depressão."


Uma conexão biológica entre stress, ansiedade e depressão foi identificada pela primeira vez por um grupo de cientistas da Universidade de Ontário Ocidental, no Canadá.
Ao identificar o mecanismo no cérebro responsável pela ligação, o grupo liderado por Stephen Ferguson, conseguiu mostrar como o stress e a ansiedade podem levar à depressão.
Do ponto de vista dos sintomas, ansiedade e depressão estão em polos opostos do comportamento, enquanto a ansiedade torna a pessoa hiperativa, a depressão torna-a abatida e sem ação.
Estudos comportamentais também já haviam demonstrado que o stress no trabalho pode levar à depressão.
O estudo também resultou no desenvolvimento de um inibidor molecular que poderá de acordo com os autores, levar a um novo caminho para o tratamento da ansiedade da depressão e de outros distúrbios relacionados.
"De acordo com a Organização Mundial de Saúde, depressão, ansiedade e outros distúrbios de comportamento estão entre as causas mais prevalentes de doenças crônicas. Ao explorar o potencial da biologia molecular, Ferguson e colegas, mostraram novos caminhos que poderão se mostrar importantes para a melhoria das vidas de muitas pessoas que sofrem com estes problemas", disse Antony Phillips, diretor do Instituto Canadense de pesquisa em saúde, que financiou a pesquisa.
O fator inibidor desenvolvido pelos pesquisadores bloqueou esses caminhos em camundongos, reduzindo os comportamentos de ansiedade e de depressão potencial, disseram os autores.

terça-feira, 13 de abril de 2010

"Os problemas de memória podem apagar os fatos, mas não as emoções."


Um estudo realizado na Universidade de Iowa, nos EUA, traz boas notícias para os amigos e parentes de pessoas que sofrem da Doença de Alzheimer.
Segundo a pesquisa, indivíduos com problemas de perda de memória esquecem uma conversa ou um momento engraçado, por exemplo, mas ainda assim, as suas sensações associadas com as emoções podem permanecer, com a melhoria no bom humor e no bem estar.
Os pesquisadores mostraram à pessoas com problemas de retenção de memória, pequenos filmes alegres e tristes. Embora os participantes não tenham conseguido lembrar o que assistiram, o estudo verificou que eles mantiveram as emoções suscitadas pelos filmes.
Os autores do trabalho afirmam que o resultado tem implicações diretas para os portadores da Doença de Alzheimer.
"Uma simples visita ou um telefonema de algum membro da família pode ter uma influência positiva na felicidade do paciente, mesmo que ele rapidamente esqueça que a visita ou a chamada tenha ocorrido", disse Justin Feinstein, um dos autores do estudo.
Os resultados do estudo vão contra a noção popular de que apagar uma memória dolorosa poderia abolir o sofrimento psicológico. Também reforçam a importância de atender necessidades emocionais de portadores de Alzheimer, que de acordo com estimativas, poderá atingir mais de 100 milhões de pessoas em todo o mundo por volta de 2050.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

"Caminhar reduz o risco de derrame em mulheres"


Mulheres que caminham pelo menos 2 horas por semana ou que costumam andar rapidamente ( 5 KM/h ou mais), tem risco significativamente menor de desenvolver um acidente vascular cerebral (AVC)- popularmente conhecido como derrame-do que as que não costumam praticar atividade física.
A afirmação é de Jacob Sattelmain, da Faculdade de saúde Pública de Harvard, principal autor do estudo.
As mulheres que caminharam em passos acelerados apresentaram risco de 37% menor do que qualquer tipo de AVC. As que andaram mais de 2 horas por semana tiveram risco 30% menor, ambas em comparação com mulheres sedentárias.
No caso do AVC hemorrágico, os riscos foram 68% menos para as que caminharam vigorosamente e 57% menor para as que andaram pelo menos duas horas por semana.
"A atividade física é um comportamento importante para a prevenção do AVC. Trata-se de um hábito essencial para promover a saúde e reduzir o risco de doenças cardiovasculares. Caminhar é apenas uma forma de atividade física", diz Jacob.
Os autores do estudo acompanharam 39.315 mulheres, com idade média de 54 anos, que participaram de um levantamento nacional sobre saúde feminina. A cada 2 ou 3 anos, as participantes descreveram as atividades físicas conduzidas em horas de lazer no ano anterior.
As atividades envolviam caminhar, correr, andar de bicicleta, fazer exercícios aeróbicos e praticar esportes. Atividades ocupacionais domésticas ou comportamentos sedentários não foram considerados.
"O acidente vascular cerebral é a terceira principal causa de incapacidade. Por conta disso, é muito importante identificar fatores capazes de modificar riscos", disse o pesquisador.
Segundo Jacob, os resultados não se estendem aos homens. "A relação entre caminhar e menor risco de AVC ainda é inconsistente entre homens."

sábado, 10 de abril de 2010

"Dependência química é doença do cérebro."


A dependência química é uma doença cronica que afeta o funcionamento do cérebro. Essa é a premissa básica apresentada pela psiquiatra Nora Volkow, diretora do NIDA (Istituto Nacional sobre abuso de Drogas, na sigla em inglês).
A especialista explicou que o consumo seguido de substâncias psicoativas produz no cérebro um efeito semelhante ao que acontece no coração de pessoas com problemas cardíacos. Através de exames que mapeiam a atividade cerebral, pesquisadores descobriram que a dependência química reduz o metabolismo em áreas como o córtex orbitofrontal. "Essa área também é afetada no transtorno obsessivo-compulsivo. É a região do cérebro que nos permite mudar o comportamento de acordo com a necessidade. Por isso algumas pessoas dizem que não sentem mais prazer com o uso de drogas, mas mesmo assim não conseguem parar", diz Nora.
Ela destacou que esses efeitos podem ser potencializados no caso em que o uso de drogas acontece durante o desenvolvimento cerebral.
Assim, o desenvolvimento da doença, depende da interação entre aspectos genéticos e ambientais. Ambos os fatores podem estimular ou diminuir a ação dos receptores dopaminérgicos que funcionam como um "protetor biológico", contra o vício. "Como sabemos que estressores sociais afetam esses receptores, podemos desenvolver estratégias de prevenção para os adolescentes socialmente vulneráveis", declarou a pesquisadora.
Sobre o trabalho de recuperação para os dependentes, Nora explicou que a compreensão da dependência como doença cronica deve orientar a terapêutica para o longo prazo.
"O fato de termos recaídas durante e após o tratamento não significa que ele não funciona. Pelo contrário, assim como na hipertensão, a dependência exige cuidados contínuos".
Segundo ela, com base no mecanismo cerebral responsável pela dependência, a intervenção deve ser direcionada para restaurar as conexões cerebrais afetadas.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

"Criatividade: como podemos nos tornar um gerador de idéias?"


A tese do Dr. Lassi Liikkanen, especialista em cognição do Instituto de Tecnologia da Informação de Heisinque, na Finlândia, é a de que qualquer pessoa pode aprimorar seu talento para a criação de idéias novas. Para isso, segundo ele, basta um pouco de técnica e bastante esforço.
Segundo o pesquisador, o básico para que as pessoas possam aumentar a sua criatividade, é melhorar o seu conhecimento sobre o tema ao redor do qual elas querem ter novas idéias.
Em sua pesquisa, Liikkanen modelou um processo de geração de idéias. Para ele, criar idéias significa que uma pessoa processa as informações memorizadas e combina essas informações de maneira nova.
É por isso que ele defende que, se a pessoa obtém informações mais profundas sobre o tema, então o seu potencial de criatividade aumenta. Quanto mais uma pessoa souber sobre o assunto, ou puder aprender com os outros, maiores chances ela terá de fazer novas combinações de conhecimento.
Em segundo lugar, vale a pena estudar diferentes métodos e técnicas, voltadas para a geração de idéias. Entre estes métodos os mais conhecidos são: Brainstorming, TRIZ, seis chapéus do pensamento, sinética e análise morfológica.
Em terceiro lugar , é necessário fazer uma boa dose de esforço para gerar idéias.
A criação de idéias não é diferente de outros trabalhos, diz o pesquisador, se você trabalhar bastante, obterá mais resultados. E se há muitos resultados, é mais provável que você encontre bons resultados no meio deles.
Um indivíduo" gerador de idéias", deve também ter a atitude correta.
Se você acha que só há uma solução correta para cada problema, isso irá limitar consideravelmente a sua capacidade de ter idéias inovadoras. A capacidade de tolerar as incertezas, faz parte da criação de idéias, lembra o pesquisador.
A tolerância a incerteza não garante a criatividade, mas é uma condição essencial para ela.

sábado, 3 de abril de 2010

"Estudo demonstra que mudanças de hábitos podem ajudar no controle da enxaquecas em crianças."


Enxaqueca não é coisa só de adulto. As crianças já podem apresentar este tipo de dor de cabeça, os meninos começando por volta dos 7 anos e as meninas um pouco mais tarde, aos 11 anos. Quando as crises de enxaquecas passam a ser muito frequentes, é indicado um tratamento que vai além dos analgésicos para aliviar a dor. Algumas pesquisas tem demonstrado que mudanças de certos hábitos de vida podem colaborar para o controle das crises de enxaqueca, principalmente nas crianças.
Uma pesquisa publicada na última edição do periódico Headache, jornal oficial da Sociedade Americana de Cefaléia, confirma que as crianças podem ter melhora significativa de suas crises ao evitar exposição direta ao sol na cabeça, quando tem regularidade nos horários de dormir, acordar e se alimentar, e quando assumem uma dieta que evita alguns alimentos que costumam desencadear crises, entre eles: carnes processadas, queijos amarelos, chocolates, alimentos com glutamato (miojo, molho Shoyu).
Esses resultados reforçam a prática que muitos periódicos tem de tentar otimizar hábitos como sono e dieta das crianças, antes da introdução de tratamento medicamentoso. Essa é uma prática ainda controversa, mas uma recomendação inequívoca é a de que a criança deve evitar a exposição a estímulos que já foi reconhecido como fator desencadante de crise no seu caso específico, não existem listas de proibições que devem ser aplicadas de forma generalizada, mas não custa evitar aquilo que não faz bem à saúde das crianças num sentido mais amplo, como é o caso de um sono irregular.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

"Pesquisa demonstra que há semelhanças entre dependência de drogas e compulsão por comida gordurosa e calórica."


A pesquisa coordenada por Paul Kenny, do Instituto de Pesquisa de Scripps, na Flórida (EUA), publicada no último domingo na edição on-line da Revista Nature Neuroscience, demonstra que o mecanismo molecular que leva o indivíduo à dependência em drogas é o mesmo que está por trás da compulsão pela comida.
Estes resultados fornecem uma explicação científica para algo que é verificado na prática por pacientes obesos há muito tempo: assim como ocorre com a dependência em outras substâncias, largar o vício por comida não saudável é algo extremamente difícil.
O artigo demonstra pela primeira vez, com clareza, em modelos animais, que o desenvolvimento da obesidade coincide com a deteriorização progressiva do equilíbrio químico em circuitos de recompensa do cérebro.
Conforme estes centros de prazer do cérebro se tornavam cada vez menos sensíveis, os ratos utilizados no experimento desenvolviam rapidamente o hábito de comer compulsivamente, consumindo quantidades maiores de alimento com altos teores de calorias e gorduras, até se tornarem obesos.
As mesmas mudanças ocorreram no cérebro dos ratos que consumiram grande quantidade de cocaína ou heroína. Os cientistas acreditam que esse mecanismo tem um papel importante no desenvolvimento do uso compulsivo de drogas.
De acordo com Kenny, o estudo que durou 3 anos para ser concluído, confirma as propriedades "viciantes" da comida Junk- alimentos não saudáveis com muitas calorias, e muitas gorduras.
Os pesquisadores alimentaram os ratos com uma dieta modelada à partir do típico cardápio que contribui para a obesidade humana- com calorias de fácil obtenção e alta gordura- como salsichas, bacon e cheese-cake. Logo após o início dos experimentos os animais começaram a comer em grande quantidade.
"Eles procuraram sistematicamente o pior tipo de comida. O resultado é que eles ingeriram o dobro das calorias dos ratos do grupo controle. Quando removemos a comida Junk e tentamos coloca-los em uma dieta balanceada, eles simplesmente se recusaram a comer", disse Kenny.
De acordo com a pesquisa o mecanismo de dependência é bastante simples. As vias de recompensa no cérebro foram tão superestimuladas que o sistema basicamente começa a ser "ligado" espontâneamente, adaptando-se à nova realidade da dependência- seja ele a cocaína ou o bolo de chocolate.
O estudo mostra que o consumo exagerado de comida muito saborosa e não saudável é um gatilho para uma resposta neuroadaptativa, semelhante à dependência, nos circuitos de recompensa no cérebro. "Isso leva ao desenvolvimento de uma obesidade e a dependência de drogas", afirma Kenny.